Tenda dos autores Flip 2009. fotos: Marcus Saldanha |
A partir desta segunda-feira, 04 de junho começa a correria
pela internet para garantir os ingressos para a programação da Festa Literária Internacionalde Paraty - Flip que acontece de 4 a 8 de julho. Senão a melhor, a mais badalada do Brasil. Serão palestras, shows,
saraus, lançamento de livros...A dinâmica se repete já alguns anos: 5 dias de
palestras das 10:30 às 22 hs (você não
vai conseguir assistir a todas), um show de abertura, mais um durante a semana
e um encerramento com a cidade já vazia.
Você pode investir 40 reais para conseguir assento na Tenda
dos Autores onde ficam os palestrantes e um público, digamos - privilegiado.
Uma opção mais barata é ficar na Tenda do Telão e pagar apenas 10 reais para
ver as palestras, mas sem a opção de interagir com os autores. E No final de
cada bate papo, todos correm para a fila dos autógrafos perto da Livraria da
Vila.
Enquanto isso, na Casa de Cultura rolam bate papos e
exibições de vídeos e filmes, pelas ruas algumas intervenções poéticas com a
devida autorização da prefeitura, a Flipinha na Praça da Matriz para a
criançada, a Flipzona para os adolescentes e a OffFlip nos restaurantes, bares
e sebos para os descolados.
A Flip muda a rotina da cidade, que atualmente tem um
calendário cultural interessante envolvendo uma parte dos moradores e atraindo
muitos artistas e turistas durante os eventos. Porém, não será surpresa assistir
a uma passeata de populações indígenas ou quilombolas da região, ou até mesmo
ouvir queixa de moradores que não compõem o staff do evento.
Apesar disso é uma festa que vale a viagem num ambiente onde
se respira literatura e história, com
clima agradável de julho no Rio de Janeiro. Tente chegar um dia antes para ver
toda a montagem da grande estrutura da FLIP e ficar por alguns dias depois,
renegociar o preço das diárias e aproveitar uma cidade e praias bem mais vazias
e, sobretudo, esticar pelos arredores.
Calçamento pé-de-moleque do centro histórico de Paraty. Foto Marcus Saldanha |
Uma cidade para além
da Flip
Paraty é uma cidade ligada ao ciclo do ouro e a maçonaria,
por lá passaram tropas de viajantes e funcionários régios que levavam o ouro
das Minas Gerais em direção ao litoral para enviar para a metrópole portuguesa.
É possível fazer uma parte desse Caminho do Ouro (4km da antiga Estrada Real) construído por escravos nos
séculos XVII a XIX a partir da trilha dos índios guaianazes no atual Parque Nacional da Bocaina.
Basta seguir na estrada em direção a Penha, 8,5 km na Paraty-Cunha. Você pode comprar o voucher nas agências de turismo da cidade ou no Centro de Informações no local. Ônibus do centro te leva até a entrada por 3 reais, mas demoram muito. A Trilha não é barata, por volta de 20 reais por pessoa e o passeio dura umas 3 horas com guia local e aquela tradicional aula de História.
Ao lado do Centro de Informações do Caminho do Ouro visite o Engenho D´ouro que produz cachaça artesanal envelhecida em barris de carvalho, além de sabores suaves como a cachaça caramelada, misturada ao melado, folhas de tangerina e Gabriela com cravo e canela. A Moenda que funciona como roda d´agua, a casa de farinha e o monjolo movido a água estão em pleno funcionamento. De lá a saída de caminhadas guiadas para a cachoeira do Tobogã.
Além disso, você pode visitar a Fazenda Murycana do século XVII, parada obrigatória nos séculos passados para o escoamento de mercadorias via Paraty para boa parte do Brasil. Ficou famosa por ter hospedado D. Pedro I e a Marquesa de Santos que lá pernoitavam numa rota comum de viagens que vinham ligava o de Paraty em direção a São Paulo e Minas Gerais pelo Caminho do Ouro.
A Casa Grande onde morava o senhor de engenho no nível superior, escravos e serviçais no nível intermediário e o entreposto onde haviam negociações e cobrava-se o "Quinto" no andar inferior, abriga um museu com acervo um pouco empoeirado e descuidado pelo seu valor histórico, de mosquetões, bacamartes, móveis antigos e utensílios domésticos. Na cozinha é servido um café com açúcar mascavo.
Do museu, siga em direção ao alambique, que está localizado no exato local onde dormiam os escravos. A fazenda ainda oferece razoável estrutura de trilha pela Mata Atlântica, Cavalgadas, tirolesa, arvorismo, cachoeiras, poços e restaurante.
Basta seguir na estrada em direção a Penha, 8,5 km na Paraty-Cunha. Você pode comprar o voucher nas agências de turismo da cidade ou no Centro de Informações no local. Ônibus do centro te leva até a entrada por 3 reais, mas demoram muito. A Trilha não é barata, por volta de 20 reais por pessoa e o passeio dura umas 3 horas com guia local e aquela tradicional aula de História.
Ao lado do Centro de Informações do Caminho do Ouro visite o Engenho D´ouro que produz cachaça artesanal envelhecida em barris de carvalho, além de sabores suaves como a cachaça caramelada, misturada ao melado, folhas de tangerina e Gabriela com cravo e canela. A Moenda que funciona como roda d´agua, a casa de farinha e o monjolo movido a água estão em pleno funcionamento. De lá a saída de caminhadas guiadas para a cachoeira do Tobogã.
Além disso, você pode visitar a Fazenda Murycana do século XVII, parada obrigatória nos séculos passados para o escoamento de mercadorias via Paraty para boa parte do Brasil. Ficou famosa por ter hospedado D. Pedro I e a Marquesa de Santos que lá pernoitavam numa rota comum de viagens que vinham ligava o de Paraty em direção a São Paulo e Minas Gerais pelo Caminho do Ouro.
A Casa Grande onde morava o senhor de engenho no nível superior, escravos e serviçais no nível intermediário e o entreposto onde haviam negociações e cobrava-se o "Quinto" no andar inferior, abriga um museu com acervo um pouco empoeirado e descuidado pelo seu valor histórico, de mosquetões, bacamartes, móveis antigos e utensílios domésticos. Na cozinha é servido um café com açúcar mascavo.
Do museu, siga em direção ao alambique, que está localizado no exato local onde dormiam os escravos. A fazenda ainda oferece razoável estrutura de trilha pela Mata Atlântica, Cavalgadas, tirolesa, arvorismo, cachoeiras, poços e restaurante.
Trilha pelo antigo Caminho do Ouro |
Nos arredores do centro existe o morro do forte e um tímido
museu que conta a história dos primeiros portugueses que chegaram nessa região chamada de Pequeno Golfo (Lagamar). A vila pertenceu a Angra dos Reis até 1667, viveu a opulência comercial do ciclo do ouro e depois do café e amargou anos de decadência no final do século XIX e XX. A cidade que você vai explorar é Monumento Nacional desde 1966 e candidata ao título de Patrimônio da Humanidade, reconhecimento ao centro histórico com casarios coloniais, ruas num sistema
maçônico de divisão de quadras (guias falam na mística do número 33 de ruas e
quadras), igrejas e o museu da antiga cadeia, além do pequeno
mercado e do porto.
Depois de um longo passeio pelo circuito histórico, garanta com antecedência ingressos no Teatro Espaço para um espetáculo do Teatro de Bonecos do Grupo de Contadores de Estórias dirigido pela família Ribas, reconhecidos nacional e internacionalmente. Apresentação curta e cara (cerca de 60 Reais), mas de tirar o fôlego. Acaba com uma sensação que as miniaturas são humanas e reais.
Depois de um longo passeio pelo circuito histórico, garanta com antecedência ingressos no Teatro Espaço para um espetáculo do Teatro de Bonecos do Grupo de Contadores de Estórias dirigido pela família Ribas, reconhecidos nacional e internacionalmente. Apresentação curta e cara (cerca de 60 Reais), mas de tirar o fôlego. Acaba com uma sensação que as miniaturas são humanas e reais.
loja de artesanato na área remanescente de quilombo em Paraty |
Turismo étnico – Não
deixe de explorar a região sentido BR 101 (Rio-Santos), mas cautela se estiver ao
volante – são as famosas curvas. Visite Paraty-Mirim, local de fundação da cidade. No caminho você reencontra
os índios guaranis que olhou vendendo artesanato nas ruas da cidade. Ao passar
pela reserva, evite fotografar ou entrar sem um contato e permissão
prévia. Não muito longe dali você visita O Quilombo Campinho da Independência que oferece um tour pela comunidade. Casa de farinha, agrofloresta, trilhas, griós, casa de artesanato, cachoeiras, núcleos familiares, além de restaurante. Tente conversar com o pessoal da comunidade e
se interar das questões sociais e festas nos terreiros.
A foto fala por si própria. Foto: Marcus Saldanha |
Comidas – A essa
altura você já experimentou vários pratos locais a base de peixes, camarão e
banana nativa e já visitou restaurantes populares e refinados. Fatalmente ficou
algum tempo esperando um lugar (durante a Flip os restaurantes são disputadíssimos)
ou ficou o dia inteiro petiscando na praia. À noite, certamente você deixou a dieta de lado para experimentar os doces
vendidos na rua ou o Pasteloni no trailer na esquina da ponte sobre o rio Parequê-Açu. E
sobretudo, provou as tradicionais cachaças da terra feito em alambiques locais.
Atenção! Se quer gastar pouco, busque restaurantes fora do
centro histórico, lá você encontra self-services a preços populares.
trilhas moderadas e praias paradisíacas no vilarejo de Trindade. Foto:Marcus Saldanha |
Belezas Naturais
– Paraty oferece muito mais que história, são inúmeras ilhas da Baía de Paraty que
podem ser exploradas em passeios de escunas com saídas regulares do cais no
centro da cidade, opções de mergulho a preços razoáveis num mar frio, passeios e trilhas por praias
paradisíacas e vilarejos no melhor estilo anos 70 ou condomínios de milionários.
As praias urbanas de Jabaquara e Pontal nem
de longe são as melhores de Paraty. Nelas você encontra pousadas,
albergues, restaurantes e bares. Para ir
mais longe, alugue um carro numa locadora da cidade ou caso não se importe em
dividir o ônibus com dezenas de estudantes (eles não estarão de férias durante
a FLIP) vai pagar por volta de 3 reais a passagem. Eles saem regularmente da
rodoviária com destino a vila de pescadores de Trindade (Praias do Cachadaço, do Meio, do
Cepilho, Fora – há áreas para camping) e Laranjeiras (do Sono,
Antigos e Antiguinhos).
Há muitas outras praias no sentido Paraty-Mirim e Paraty-Angra
dos Reis. Apesar da violência que atinge a maioria das cidades brasileiras,
não hesite em pedir carona durante a FLIP. É comum os moradores oferecerem para
turistas e moradores aquela carona amiga.
Não muito longe -
Fechando sua estadia em Paraty não se intimide a explorar outras localidades na
região. Você poderá seguir para a pacata e serrana cidade paulista de Cunha
(informe-se sobre as condições da estrada, ela já esteve fechada por conta de
uma tromba dágua em 2009) para curtir o frio e a vida rural ou seguir em
direção ao litoral paulista – Ubatuba, Ilhabela e São Sebastião que ficam no
caminho para São Paulo. (Viação Pássaro Marrom)
Quem disse que não é possível um passeio em família que
agrade a todos os gostos, desde os mais intelectuais até os mais descolados e
aventureiros. Crianças, adolescentes e o casal voltarão com boas recordações de
férias em Paraty e região.
# Fincamos bandeira
Em julho de 2009 percorremos Paraty com um Mochilão. Das várias lembranças dessa viagem que começou no Rio de Janeiro e seguiu por Paraty, Ubatuba e São Paulo destaco o anoitecer dentro de um ônibus municipal voltando de Trindade a Paraty. O motorista não se acanhou de desligar as luzes do veículo e parar o ônibus em direção ao mar para que todos desfrutasse o luar. Era lua cheia e aquela atitude inesperada foi uma grande presente a todos os passageiros.
Clique aqui e veja todas as fotos de Paraty no álbum Marcus Histórico no Flickr.
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