quinta-feira, 30 de abril de 2009

Joselias, Segolène e a "Ciência da Abelha"


Olá,
A parisiense Ségolène Michaud fez a aventura da sua vida. Partiu das Ilha Canárias com um colega, num barco à vela de 6 metros até o Maranhão. Foram semanas no atlântico numa viagem acompanhada via internet (google Earth) pela antropóloga da Universidade Federal do Maranhão Rose Panet.
Em São Luís, tivemos a oportunidade de nos conhecer durante a Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009 e descobrirmos uma grande afinidade: mel.
A partir de uma orientação da nutricionista Conceição Matos, passei a consumir mel diariamente da produção do "mestre" conhecedor da "ciência da abelha", Joselias. Apicultor de uma cooperativa maranhense, Joselias trabalha com abelha africana e Tiúba, estudando e produzindo mel e pólen.
Segolène, atualmente estuda em Paris, duas das mais de 30 línguas maias existentes e se interessa por mitos americanos relacionados ao mel. Apresentada ao "mestre" Joselias, conheceu e encantou-se com a produção do mel e pólen da abelha Tiúba, nativa do Maranhão.
Num bate-papo descontraído e multicultural preciosidades da cultura maia, francesa e da baixada maranhense. " O clima na França não é propício para a apicultura devido a variação de temperatura, mas usamos mel em bolos, doces e no pão com manteiga", disse Segoléne, acrescentando: " o meu interesse é conhecer mais sobre abelha na América para entender mais ainda os ritos dos povos pré-colombianos associados a apicultura. No México existem as abelhas africanas que são mais agressivas que as daqui, por isso são criadas longe do convívio humano". Ela ficou impressionada com as caixas de abelha Tiúba (abelhas sem ferrão) no terraço da casa de Joselias.
O apicultor nos presenteou com uma verdadeira aula sobre o ciclo de produção da Tiúba. "Estou constantemente viajando pelo Brasil e pelo Maranhão para discutir, ensinar e aprender mais sobre apicultura e "lá fora" todo mundo fica impressionado com as propriedades do mel e pólen da Tiúba. Aqui em São Luís, tem um oficial do Corpo de Bombeiros que usou o pólen da Tiúba para auxiliar o tratamento de um câncer. Depois de curado toda família passou a consumir. É proteína pura", disse Joselias.
Segoléne provou e levou para Paris o mel e o pólen da Tiúba. Aliás, levou mais ainda: a simpatia e a ciência de um mestre conhecedor da apicultura no Maranhão: Joselias.
João do Vale já cantava: "A ciência da abelha, da aranha e a minha muita gente desconhece..."
(Na foto acima: Joselias, Segolène Michaud e Marcus Saldanha)
Texto e foto: Marcus Saldanha

sábado, 25 de abril de 2009

Livros na Internet

Olá,
acabei de descobrir um site para baixar livros, nacionais e importados, jornais, revistas e documentos pela Internet. É o ebooksbrasil, com link já adicionado no blog Marcushistorico na seção "visite também os sites". Nele, além dos clássicos da literatura universal encontra-se obras importantes para a pesquisa histórica, tais como, "História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal" de Alexandre Herculano e obras de maranhenses que produziram no séc. XIX, tais como "O Mulato" de Aluísio Azevedo, "Ilíada" de Homero, traduzido para o português por Manoel Odorico Mendes (um dos mais antigos tradutores do Brasil, segundo o Dicionário de Tradutores Literários no Brasil da UFSC) e as obras "Meu Sertão", "Sertão em Flor" e "O Sol e a Lua" de Catulo da Paixão Cearense. Destaco ainda, duas obras contemporâneas em cordel, uma sobre a Balaiada e a outra sobre a Insurreição Negra em Viana, de Magno Cruz (militante do Movimento Negro no Maranhão).
Texto: Marcus Saldanha

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Esquecido Cabral?



Olá,
Há dez anos visitei a cidade de Santarém, região do Alentejo em Portugal refazendo parte da rota dos "Descobrimentos Portugueses". Na época, outubro de 1999, no Brasil já estavam instalados os relógios do designer gráfico Hans Doner nas capitais brasileiras em contagem regressiva para as comemorações.
Curioso, um episódio da viagem ocorrido na estação de trem de Lisboa que narrarei abaixo:
Pergunto a funcionárias do atendimento a turistas da estação: - Sou brasileiro. Qual a melhor forma de chegar a Santarém?
- O que vais fazer em Santarém?
- Sou professor de História e queria conhecer o túmulo de Pedro Álvares Cabral, respondo.
- Quem foi? Teu parente?
- Não. Uma pessoa importante na História do Brasil. Respondo, surpreendendo-me com a pergunta.
- Melhor seria, já que está cá, conhecer o sul de Portugal. Há belas praias para turistas. Não há muito que ver em Santarém.
Segui curta viagem de "comboio". Em Santarém, desço do trem e não sobra nenhum táxi na estação. Subo uma ladeira por horas até a cidade.
Chego a uma praça com uma estátua de Pedro Álvares Cabral com a inscrição: Descobridor do Brasil. É aqui!
A Igreja de Nossa Senhora das Graças, onde estão os restos mortais de Cabral estava fechada devido a uma greve. Insisti muito para que visse o túmulo. Na inscrição destaca-se a relevância da esposa de Cabral, camareira real.
A guia me disse que os turistas visitam a igreja por cauda de sua arquitetura e poucos brasileiros tinham interesse no túmulo de Cabral.
No ano seguinte a casa de Cabral, vizinha a igreja, em reforma na época da minha visita, foi inaugurada como Casa do Brasil em Portugal, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em Portugal, Cabral me pareceu um ilustre desconhecido.
Texto e Foto: Marcus Saldanha

O Feriado de Tiradentes

Olá,
quando eu era criança adorava o personagem histórico Tiradentes: era feriado, sabia seu nome completo de e o seu apelido engraçado. A primeira imagem que vi de Tiradentes foi no livro da escola, parecia Jesus Cristo. (representação de Décio Vilares de 1928)
Na adolescência era comum a pegadinha: em qual museu fica a cama que morreu Tiradentes?
Pois é, na faculdade, durante um congresso de estudantes de História em 1997 conheci algumas cidades de Minas Gerais, em especial Ouro Preto.
Visitei os museus, as igrejas, andei pelas ruas e fiquei parado por horas ali diante do Museu de Minerologia mirando o Museu da Inconfidência.
Na sala de aula discuti várias vezes com meus alunos sobre a Incofidência Mineira, os "Autos da Devassa", o "Cancioneiro da Inconfidência" de Cecília Meirelles, mas sempre escapou o uso da imagem de Tiradentes ao longo do tempo para justificar a origem do feriado.
Em 1890, por exemplo, os republicanos viram no idealista Joaquim José da Silva Xavier, enforcado em 1792, um mártim e decretaram feriado nacional, desde então muito festejado, assim como o 15 de novembro. A data também foi comemorada também com áurea de patriotismo nos "anos de chumbo" da ditadura militar. Curioso, pois se estivesse vivo nesse período, Tiradentes certamente, seria uma das vítimas do DOPS, acusado de subversão.
No plano dos inconfidentes constavam a industrialização do Brasil, a criação de uma universidade em Vila Rica, a implantação do serviço militar obrigatório e entre outras coisas, pensões para mães com muitos filhos, para incentivar o povoamento do território nacional (Olha o verdadeiro pai do Bolsa Família aí gente!!!)
Hoje é feriadão e há anos não há nenhuma manifestação em São Luís que relembre o episódio histórico. Além do post sobre Tiradentes e a Inconfidência Mineira, achei interessante relembrar a viagem de estudante que fiz à antiga Vila Rica de Tiradentes, Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu, do "traíra" Joaquim Silvério dos Reis (que dizem se desterrou no Maranhão onde matou-se anos depois da Devassa) e do meu aniversário num julho frio de Ouro Preto, aos 21 anos de idade quando ainda não declarava imposto de renda. (foto)

Texto e Foto: Marcus Saldanha

domingo, 19 de abril de 2009

Os Krenyê-Timbira: "Resistimos e Existimos"

Olá,
Hoje, quando se comemora no Brasil o Dia do Índio, achei oportuno postar a matéria que fiz com Ademar Krenyê Timbira (foto), representante do povo Krenyê-Timbira (tronco linguístico Jê), formado por 150 pessoas, vivendo atualmente na Aldeia Pedra Branca, a 27 km do município de Barra do Corda. Considerados extintos por muitos, os Krenyês-Timbiras resistem e existem. A conversa com Ademar rolou na Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009, um pouco antes da mesa redonda que discutiu o tema "Terra Indígena, Meio Ambiente e Etnodesenvolvimento", da qual fizemos parte. Acompanhe a matéria:
"Estamos pedindo o reconhecimento do nosso território e do povo que foi expulso da sua terra tradicional (Pedra do Salgado- Bacabal/MA) ocupada atualmente por fazendeiros, por não-indígenas. Passamos por várias aldeias: guajajaras, gaviões... a gente vem sofrendo a algum tempo. Na década de 80 houve um conflito entre o povo Kreniê-Timbira e os Gaviões na aldeia Governador (Amarante-MA). Dessa época que viemos para a atual região da Terra Indígena Dominial Rodeador, em nome de krikatis e gaviões."
* Terras Indígenas Dominiais são aquelas que pertencem a todos os povos.
Atualmente, Ademar vem tornando-se uma liderança, representando o desejo de seu povo pelo seu território. Um documento já foi enviado para a FUNAI solicitando a visita do grupo técnico, com cópia encaminhada ao Ministério Público em São Luís.
O grupo que está se reorganizando, já fez uma visita a Pedra do Salgado e identificaram no local as três mangueiras, onde os mais velhos faziam os rituais de encontro com os espíritos, plantadas pelos bisavôs de Ademar e que demarca o território Krenyê.
Por volta de 1956, com epidemia de sarampo e catapora, os indígenas achavam que o local estava afetando o seu povo e mais a pressão dos fazendeiros. O grupo pequeno não resistiu e aceitou a opção de mudar-se para aldeia Pindaré (Bom Jardim). E daí foram para o Rodeador em acordo com os Krikatis, Gavião e Canelas.
O povo dado por muitos como extinto, continua resistindo e existindo na luta dos povos indígenas por seus direitos.

Os Kreniês-Timbiras, cujo nome vem de um pássaro, conhecido pelos não-índios como "Jandaia" têm em seus traços culturais a aldeia circular, pintura corporal listrada como a cobra coral utilizando o urucum entre as formas geométricas, o cocar todo de algodão trançado, com poucas penas, que quando usadas são as mais branquinhas e na Festa da Menina Moça (ritual de passagem da adolescência) corrida de toras e flechas, onde dois grupos são divididos, o Camaleão e o Cobra e durante o dia fazem uma espécie de revezamento de bastão só que com flechas numa corrida circular.
Texto e foto: Marcus Saldanha

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Encerramento da Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009

Joana Bitencourt (Diretora do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho); José Damasceno (Coordenador do Departamento de Etnologia do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia); Deusdédith Carneiro (Diretor do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia; Marcus Saldanha (Historiador); Sônia Guajajara (COAPIMA) e Joãozinho Ribeiro (Secretário de Cultura do Estado Maranhão).
Na plenária de encerramento o compromisso da Semana dos Povos Indígenas no Maranhão como um evento permanente do calendário no Estado do Maranhão para anualmente discutir com os indígenas política, cultural, economia e religiosidade; desfazer preconceitos arraigados na sociedade dos não-índios e desfrutar da diversidade cultural, fundamental para o enriquecimento humano.
Destaco a fala de Sônia Guajajara para encerrar os posts com a cobertura da Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009: "o mundo tá cheio de conhecimento, mas pouca sabedoria".

Até o dia 21 de abril a exposição de artefatos arqueológicos e peças etnológicas do acervo do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão continua no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho.

Texto: Marcus Saldanha
Foto: Laíza Braga

Terras Indígenas, Meio Ambiente e Etnodesenvolvimento

A última mesa redonda da tarde (17) começou com o canto e a dança guajajara que revigorou a plenária do Teatro Alcione Nazaré.
Em seguida a discussão sobre Terras Indígenas, Meio Ambiente e Etnodesenvolvimento. Na mesa Sílvia Cristina Puxcwyj Krikati (Liderança Aldeia São José - Krikati); Jackson Boéres Jr. (FUNAI); Marcus Saldanha (Historiador); Ademar Krenyê (Liderança Krenyê-Timbira) e Cléber Karipuna (COIAPI).
A idéia era discutir a forma tradicional como os povos indígenas tratam a terra, sua relação com o meio-ambiente, seu território. No final ficou claro que a presença dos indígenas em seus territórios significam preservação ambiental. Pois em sua maioria respeitam o local onde nasceram, vivem e estão enterrados seus mortos. São capazes de reconhecer seu território pela mata que a circunda. Enfim, como destacou Cléber Karipuna: "os índios não são o empecilho para o desenvolvimento do país, nós também queremos o desenvolvimento, mas com o menor impacto possível.
Texto Marcus Saldanha
Fotos: Renata Carvalho

Etnografia visual nas Sociedades Indígenas


Hoje, 17, pela manhã, a mesa redonda 5 Mídia, Cinema e Fotografia: Etnografia Visual nas Sociedades Indígenas, formada por Rose Panet (SEDUC); Cláudio Zannoni (Depto. de Antropologia da UFMA e Murilo Santos (Cineasta e Professor da UFMA) abriu uma ampla discussão sobre a forma como os índios são retratados na mídia, o desejo dos índios fazerem seus próprios registros áudio-visuais, direitos autorais e uso de imagens indígenas entre outras questões. Lourenço Krikati, relembrou um episódio que o deixou surpreso: "encontrei uma foto do povo Krikati exposta na França, e nós não tínhamos nem conhecimento da exposição".
Para encerrar a mesa redonda foi exibido o documentário O Massacre de Alto Alegre seguido de um instigante debate com o público.
Texto e Foto: Marcus Saldanha

Movimento Indígena Nacional


Na abertura dos trabalhos na manhã do terceiro dia da Semana dos Povos Indígenas no Maranhão os indígenas organizaram e comandaram a Mesa Redonda Movimento Indígena Nacional formada por Marcos Apurinã, Rondônia (Vice-Presidente da COIAPI- Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas); Lourenço Krikati (moderador da mesa, coordenador da COPIMA- Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas no Maranhão); Cléber Karipuna, Amapá (tesoureiro da COIAPI) e Sônia Guajajara (COIAPIMA).
O palestrante Marcos Apurinã apresentou o documentário Campanha dos Povos Indígenas na Amazônia: Presente, e Futuro da Humanidade. Em sua fala destacou: "povos indígenas sem terra e terra sem indígenas não tem significado."
Mas a fala é na fala de Sônia Guajajara que a plenária de não índios teve oportunidade de fazer várias reflexões acerca de seus preconceitos: " Eles convidam a gente pros lugares pra falar e acham que a gente não precisa de uma preparação, quer que a gente vá pelado, com os adornos e estranham quando a gente atende celular, pede pra gente tirar o óculos , como se índio não tivesse problema de vista. É a idéia de que índio tem que tá no mato. Não entendem a evolução. Hoje a gente vem pra cá e sabe discutir na caneta. Não adianta vim aqui só pra dançar o tempo todo pra não índio ver e fotografar. Tem que discutir. A dança é pra celebrar.
O pessoal ainda não tem muita idéia do que é ser povos indígenas. A gente trabalha, estuda, pensa...temos parentes formados em História, Direito..."
Destacou ainda que hoje as maiores dificuldades não são com o Governo, mas sim com o Supremo Tribunal Federal, portanto com as esferas jurídicas.
Lourenço Krikati, apontou ainda esse tempo como de avanços para os povos indígenas, principalmente devido o CNPI (Conselho Nacional de Política Indígenas) que tem fortalecido as ações da FUNAI no Brasil.
Muitos indígenas do Maranhão não puderam participar desse debate devido a dificuldade de transporte e acesso a São Luís devido a instabilidade política e as fortes chuvas dos últimos dias no Maranhão. Porém, que tem participado do evento, além de desfazer preconceitos históricos, tem a oportunidade de participar de discussões organizadas e dirigidas pelos próprios índios, que sabem falar, e muito bem, sobre si seus problemas. Moderar e discutir sobre as políticas públicas referentes aos povos indígenas.
Texto e foto: Marcus Saldanha

Pintura Corporal e Nas Telas - Troca de Experiências


Ontem, 16, os índios guajajaras ministraram oficinas de pintura corporal. A guajajara Aline nos explicou que a pintura é preparada do genipapo. Depois de feita no corpo, mesmo lavando permanece por até 15 dias, dependendo da mistura da tinta. Disse ainda que é muito difícil se pintar, por isso, pede-se a outros que façam a pintura, para que fique mais bonita, afinal de conta, os traçados dos desenhos, o tamanho e a posição que fica no corpo identifica o povo.

Alunos e docentes do colégio Lara Ribas, no bairro do Santa Cruz que visitaram a Semana dos Povos Indígenas na tarde desta quinta-feira ficaram encantados com essa troca de experiências com os indígenas.


Em outra sala, os indígenas participaram da oficina "Pintura em Tela" ministrada pela administradora regional da FUNAI - São Luís, Cláudia Cristina Lobo.

Textos e fotos: Marcus Saldanha

Escola Krikati e a Luta Por Uma Educação Diferenciada


Sílvia Cristina Krikati (Coordenadora escolar-Aldeia São José -Guajajara), Edilena Torino Krikati (Bacharel em História e professora do Ensino Fundamental - Aldeia São José) e Lourenço Krikati (Coordenador da COAPIMA), na mesa redonda 4 que discutiu no terceiro dia da Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009 a experiência da Escola Krikati e a luta por uma educação escolar indígena diferenciada.
Nas falas foi destacada a educação indígena e sua tradição oral onde se aprende ouvindo, olhando e fazendo, a experiência com a educação formal dos brancos que não respeitava a cultura indígena, alfabetizando com cartilhas e palavras dos não-índios, tais como avião, caminhão, coisas da cidade e a articulação mais recente através de projetos e parcerias para a Educação Diferenciada que ensina primeiro a língua nativa, depois o português como segunda língua, além de fazer artesanato, plantar, caçar e pescar.
A coordenadora da escola e professores presentes descreveram as ações da Escola Krikati: parceria forte com a Associação de Pais, responsável pela gestão da escola, a elaboração e discussão do Projeto Político Pedagógico e calendário próprio, que inclui as festas e rituais locais. No programa de ensino, antes da lei que obriga o ensino de música, a Esvcola Krikati já oferecia música e dança, como parte do currículo.
Pelo que vimos, a experiência de construção coletiva da escola diferenciada está além de muitas escolas não indígenas no Maranhão. E sem dúvida, temos muito que aprender ainda com os povos indígenas.


Participação maciça da plenária no debate sobre a educação escolar diferenciada: Rose Panet (SEDUC), Cacique Guajajara e alunas do quarto período de Pedagogia da Universidade do Vale do Acaraú (UVA).
Textos e fotos: Marcus Saldanha

Cantos e danças


O encerramento do terceiro dia ficou por conta da apresentação de cantos e danças indígenas Guajajaras.
Texto e foto: Marcus Saldanha

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A Festa da Menina Moça Guajajara




De tudo um pouco: apresentação de documentários com temática etnológica, divulgação na TV, venda de artesanato e a discussão sobre o ritual de passagem da menina moça dos Guajajaras. Assim foi o segundo dia da Semana dos Povos Indígenas 2009...
A Festa da Menina Moça dos Guajajaras
Na plenária do teatro Alcione Nazaré os Guajajaras, Alberlina Cassemiro, Surama Santa e José Virgulino Pompeu apresentaram e discutiram com o público presente a realização da Festa da Menina Moça, também chamada de Festa do Moqueado.
Nos contaram que o rito de passagem da festa da menina moça é uma tradição entre os Guajajaras e começa com a menstruação da menina por volta dos 12 anos de idade. Ela avisa a família e fica na "tocaia", reclusa por oito dias.
Depois disso, os mais velhos começam a cantoria, a menina sai correndo para tomar banho no rio e não pode cair, senão cairá na vida também.
A partir daí ela vai ralar macaxeira, fiar algodão, tecer e outras atividades caseiras permanecendo de resguardo por um ou dois anos sem comer carne até o dia de sua festa, quando finalmente assumirá sua vida como adulta.
Durante a festa, o moqueado é feito apenas de caça nativa e se não fizer a festa conforme a tradição dos mais antigos, os indígenas acreditam que aquela garota não terá um bom destino na vida.
A festa é uma prova de que os índios não perderam seus costumes.
Amanhã, 16
A mesa redonda do rito de passagem dos canelas foi adiada para a manhã do dia 16, e abrirá a discussão de Movimento Indígena Nacional das 8:30 às 12 hs.
Pela tarde, permanece a mesa redonda: Escola Krikati e a luta por uma educação diferenciada, das 14 às 17 hs.
Fotos: Discussão sobre a Festa da Menina Moça Guajajara; Presença de alunos da rede estadual de ensino na plenária (CEM-Anexo São Cristóvão); Damasceno divulgando a Semana dos Povos Indígenas 2009 na TVE e Guajajaras dão entrevistas para documentário local). Marcus Saldanha

Participação das Escolas



Amanhã, dia 15 a programação está perfeita para a visita de alunos do ensino fundamental e médio.

Com uma pequena alteração a programação ficou assim:

Pela manhã, das 8:30 às 12hs, no Teatro Alcione Nazaré - Ritos de Passagem: a Festa da Menina Moça dos Tenehara – Guajajara

Participantes Convidados:Maria Santana Guajajara – Parteira e liderança da Terra Indígena ArariboiaCíntia Santana da Silva – Professora Bilíngüe Guajajara – Aldeia Lagoa QuietaFrancisco Paulino Guajajara – Cacique da Aldeia Lagoa CompridaModerador: João Damasceno Jr. – Coordenador do Setor de Etnologia e Museologia do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão.

Pela tarde, das 14 às 17 hs, no mesmo local teremos Ritos de Passagem: o Ketwayê dos Rankokamekra – Canela

Participantes Convidados:Francisquinho Tep Hot – Aldeia EscalvadoMartins Paxet – Cantor – Aldeia EscalvadoMarinaldo Kenikum – Cantor – Aldeia EscalvadoModeradora: Rose Panet – Antropóloga – Doutoranda em co-tutela entre a Ecole Pratique des Hautes Etudes/FR e a UFMA

O agendamento de visita das escolas para o evento nos dias 15, 16 e 17 pode ser feito no próprio local ou pelos telefones: 3268 8790 (Leila-SEDUC), 3218-9906 e 9601 8186. Lembrando que do dia 18 a 21 de abril o evento limita-se a visitas da exposição de objetos arqueológicos e etnológicos.

Na foto, alunas do Centro de Ensino Médio Anexo-São Cristóvão (noturno), bairro do São Raimundo.

Foto: Marcus Saldanha

Oficinas Temáticas - Inscrições



As inscrições para a Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009 já começaram. É grande a procura pelas oficinas temáticas (foto) que serão oferecidas pelos próprios indígenas sobre elementos de cultura imaterial (cantos, danças, mitos, línguas) e de cultura material (adornos corporais, artesanato, instrumentos musicais e utensílios) desses povos.

Local e Data: Dias 16 e 17 de Abril – Instalações do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, das 9 às 11:30.

Veja as opções e faça sua inscrição:

16 de Abril, Sala de Pinturas - Oficina de pintura corporal, ministrada pelos Guajajara, com o apoio do Departamento de Artes da UFMA.

16 de Abril, Sala de Multimídia – Oficina de Mitos, Cantos e Danças dos Canela, que recepcionarão o público e contarão historias tradicionais de seu povo (apresentação de instrumentos musicais).

16 de Abril, Sala de Danças – Oficina de Mitos, Cantos e Danças dos Ka’apor que recepcionarão o público e contarão historias tradicionais de seu povo (apresentação de instrumentos musicais).· 17 de Abril, Sala de Pinturas - Oficina de pintura corporal, ministrada pelos Canela, com o apoio do Departamento de Artes da UFMA.

17 de Abril, Sala Multimídia – Oficina de Mitos, Cantos e Danças dos Krikati que recepcionarão o público e contarão historias tradicionais de seu povo (apresentação de instrumentos musicais).·

17 de Abril, Sala de Danças – Oficina de Mitos, Cantos e Danças dos Guajajara que recepcionarão o público e contarão historias tradicionais de seu povo (apresentação de instrumentos musicais).

Foto: Marcus Saldanha

Dia de Índio



O ponto alto da noite de abertura da Semana dos Povos Indígenas ficou por conta da fala da liderança krikati, Lourenço Krikati (foto acima). " Falo de pé, pois esse é o costume do nosso povo". Transcrevo abaixo, outros trechos da sua fala para reflexão e discussão na sala de aula, na comunidade e até na mesa de bar:
"Todo dia é dia de luta pelos direitos dos índios"
"Não queremos terras, queremos território. O que envolve a terra do nosso lugar, a água, nossa caça..."
"Onde tem um índio, ele representa todos"
"Não existem tribos de índios, mas sim povos. Vários povos indígenas diferentes. Assim como existem várias pessoas diferentes sentada aí na frente."
"O índio sabe falar por ele, antes de mais nada, de qualquer projeto deviam ir aos índios e ouvir, pedir a opinião deles e não trazer projetos prontos lá de cima"
Fotos: Marcus Saldanha

terça-feira, 14 de abril de 2009

Abertura Oficial


A Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009 teve início nessa terça-feira (14) no Teatro Alcione Nazaré. Fizeram parte da plenária de abertura o coordenador do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia, Deusdédith Carneiro; o secretário da igualdade racial, João Francisco; A representante da FUNAI, Cláudia Cristina Lobo; o representante dos indígenas, Lourenço Krikati; o secretário de cultura, Joãozinho Ribeiro e a Primeira Dama do Estado Clay Lago, representando o governador do Maranhão.
Nas falas, em comum, o respeito a luta dos indígenas pelos seus direitos.
Foto: Marcus Saldanha

Chegou a Hora


Com a presença de convidados, imprensa, turistas, pesquisadores, educadores, alunos, representantes indígenas krikatis e Guajajaras e a comunidade em geral começou hoje (14) e vai até 21 de abril, no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho a Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009.

Foto: Marcus Saldanha

Tá Quase na Hora


A comissão de organizadora do Centro Pesquisa de História Natural e Arqueologia e o grupo de voluntários dando duro para a abertura da Semana dos Povos Indígenas no Maranhão2009.
Fotos: Marcus Saldanha

domingo, 12 de abril de 2009

Programação Parque Botânico Vale - Abril

ESPECIAL – Semana da Leitura no Parque Botânico
Programação:
Exposição de livros com participação de editoras e livrarias; Exposição da Obra e Vida de Monteiro Lobato com palestras; Espetáculo teatral : Hora do Conto; Recital de poesia; Palestra com escritores; Concurso de redação e poesia ecológica; Oficina de contação de histórias para professores e mediadores da leitura; Roda de leitura “Meu pé de caju” – com crianças fazendo leitura de livros sentados a sombra de árvores do Parque; Animação com personagens do Monteiro Lobato e Oficina de marca texto com Pet.
Data: 23,24 e 25 de abril
Local: Salão de exposição do Parque
Horário: 9h às 17h

Sala de Educação Ambiental

A sala de educação ambiental é um espaço pedagógico, onde a cada mês são apresentadas informações sobre um tema ambiental, no local os estudantes participam de uma mini-palestra, assistem vídeos e observam experimentos.
TEMA DO MÊS: Nosso Solo Nosso Chão

Neste mês as escolas em visita ao Parque poderão explorar na sala de educação ambiental informações sobre a importância e conservação do solo.
No espaço, será apresentado alguns tipos de solos, a história da formação dos solos, além detalhes sobre o uso dos solos, o visitante ainda poderá saber dicas de conservação e experiências, com uma demonstração de minhocário em pequena escala, para montagem em casa e poderá ainda.
As informações da sala são direcionadas aos estudantes do ensino fundamental, a proposta é complementar a atividades discutidas em sala de aula, com apresentação de experiências práticas.

ARTESANATO - Curso de Tapeçaria

O curso traz a proposta de reaproveitamento das sobras de tecidos na confecção de tapetes e outros objetos de decoração. A arte de tapeçaria pode se tornar uma oportunidade de geração de renda, ficando mais atraente utilizando na confecção materiais que seriam colocados no lixo.
Data: 16/04
Horário: 15h
As vagas são limitadas!

Palestras

Tema: Recursos pesqueiros maranhenses
Palestrante: Zafira Almeida – professora titular da UEMA, bióloga, doutora em Zoologia de animais
Data: 16/04
Horário: 15h

Tema: Microalgas tóxicas: origem e ameaças
Palestrante: Naiza Maria Castro Nogueira – professora titular do CEFET, bióloga, doutora em ecologia dos recursos naturais
Data: 24/04
Horário: 9h30

Trilha da Saúde – Caminhada Orientada

O prazer de contemplar a natureza com os benefícios da atividade física é essa a proposta do Programa Trilha da Saúde.
O programa de Caminhada Orientada promovido pelo Parque Botânico Vale, atende a um público de 100 pessoas, obedecendo a uma seqüência de atividades direcionadas aos inscritos no programa, o que inclui avaliação física e instruções de coordenação motora, para que assim, o participante alcance resultados satisfatórios.
Os encontros acontecem três vezes por semana das 7h às 9h da manhã. Além do acompanhamento com profissional de educação física, ao longo de cada mês, os participantes recebem informações através de palestras educativas sobre os benefícios da caminhada; combate ao sedentarismo; atividade física na terceira idade; motivação e saúde, obesidade; entre outros temas. As aulas temáticas são também uma atração a parte, nelas o participante conhece outras alternativas de atividade física como o tai chi chuan, yoga, ginástica dos animais, shiatsu (massoterapia), ginástica holística, dança de salão.

Programação Paralela ao Programa em ABRIL

Dia 14/04 – Palestra sobre nutrição
Dia 16/04 – Prática de Ginástica localizada
Dia 28/04 – Dança de salão - Aeroreggae

Inscrições e agendamento de visitas: 3218-6245
Fonte: Parque Botânico - Vale

quinta-feira, 9 de abril de 2009

VAR.ALL - Sarau Midiático














VAR.ALL
palavras
"de
pen
du
ra
das"
não São

ilha Luís

são

Imagi
nautas.
Marcus Saldanha

Olá,

Registro poético e fotográfico da Mostra Coletiva de Artes, no Laborate no dia 31 de março. Organizada pelo inventivo Imaginauta Ghustavo Thávora, reuniu uma galera muito criativa da Ilha.
Com fotos, vídeos e poemas: Marcos Gatinho, Bruno Barata, Thaís Santos, Domingos , Jane Maciel e outros foram compondo o VAR.ALL em meio a outras instalações, som eletrônico e bate-papo.
É a roupa nova e colorida para os antigos saraus dos casarões históricos de São Luís.
O convite era para um Happenig Hours, mas o que participei foi um sarau midiático. Muito inspirador por sinal.

Fotos: Marcus Saldanha e Ghustavo Thávora

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Semana dos Povos Indígenas 2009: "Derradeira Reunião"

"
Olá,
Essa moçada aí reunida, tá discutindo os últimos pontos da Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009. (Jaílson Costa Gomes, Renata Carvalho Silva, Carlos Lourenço, Gilvan Bastos, Laíza Braga, Caio de Deus, Rose Panet, Dacélia Barrada, Damasceno, Leila (SEDUC) e Marcus Saldanha (tirando a foto, rsrsrsr).
Os folders com a programação impressa, pastas, certificados e camisas já estão sendo confeccionados, o alojamento reservado no Cantaria Hotel e a alimentação para a organização e indígenas no Restaurante Crioulas.
Estão sendo aguardados mais de 120 indígenas das etnias Gavião, Canela e Krikati (tronco Jê) e Guajajaras e Kaapor (tronco Tupi-Guarani) que devem participar também da abertura do Ano da França no Brasil, no TAA dia 21 de abril.
Durante o período de 14 a 21 de abril você terá oportunidade de contato com toda essa diversidade cultural aqui em São Luís.
As Inscrições já estão sendo feitas no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, na Rua do Giz 59 - Praia Grande e algumas escolas, como o Centro de Ensino Médio - Anexo São Cristóvão, no bairro do São Raimundo, já estão com visitas agendadas.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Os Bons Morrem Jovens

Olá,

"É tão estranho, os bons morrem jovens..."

Essa letra de Renato Russo foi feita para homenagear o poeta gaúcho Mário Quintana, logo após seu falecimento e cai como uma luva para a notícia da morte do Mestre Antônio Vieira que na sua mais conhecida canção dizia:

"Vai gozar a tua vida,
Que ela é breve e passageira,
Se tu não quer
Tem quem queira(...)"

As manchetes de hoje já diziam: "Subiu"; "O Samba de Luto"... Pensei no consolo para a ocasião, nos versos de Mário Quintana, que dizia:

"Eles passarão, eu passarinho"

Abaixo, trecho da reportagem do site elo:

"Morreu na manhã de hoje (07), de falência múltipla de orgãos, o cantor, sambista e compositor Antonio Vieira. Ele estava internado na UTI do Hospital UDI desde a semana passada após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O Mestre Vieira completaria 89 anos no próximo mês.
O sepultamento deverá acontecer às 10h de quarta-feira (08), no Cemitério do Gavião, na Madre Deus."

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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Balaiada em HQ


Olá,
a boa nova da semana é a chegada de Marcos Caldas no "on"iverso da blogosfera. Responsável pela ilustração/editoração do meu livro didático "História do Maranhão", o designer gráfico é reconhecido pela sua "militância" criativa na produção e divulgação de Histórias em Quadrinhos no Maranhão. Marcos Caldas disponibiliza em seu blog e site alguns dos seus trabalhos: Menino Estranho, Empata, Índia, Diabona e outros. É como ele diz: "plantar uma árvore, ter filhos e produzir histórias em quadrinhos".

Para historiadores e educadores o trabalho mais esperado continua sendo a Balaiada em História em Quadrinhos. O projeto de pesquisa e ilustração já dura algum tempo. Na imagem acima, retirada do seu site, vocês já podem ter idéia da qualidade artística do traço do cara.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS NO MARANHÃO 2009

Olá,
A Secretaria de Estado da Cultura e o Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão promovem a Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009 que acontecerá no período de 14 a 21 de abril,, no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, na Praia Grande, Centro Histórico de São Luís.

A realização deste evento em 2007 e 2008 obteve uma avaliação positiva por parte de seus realizadores, contribuindo para proporcionar uma visão positiva da sociedade maranhense em relação aos povos indígenas. Esta terceira edição da Semana objetiva ser um evento político cultural, no qual os indígenas serão os principais protagonistas. Estes irão expor sobre suas práticas sócio-culturais, demonstrando sua cosmovisão; mitologias; rituais; cerimônias e suas formas de conviver com o mundo natural e espiritual.
Durante a Semana acontecerá uma série de atividades de divulgação da riqueza e da diversidade cultural dos povos indígenas tais como: mostra de vídeos etnográficos; exposições de fotografias; oficinas temáticas de pintura corporal; cantos; mitos e língua; mesas redondas; feira de artesanato e exposição de acervo arqueológico; material etnográfico e material didático indígena.

Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009 tem como objetivo central possibilitar e estimular junto à comunidade maranhense e brasileira, de modo geral, a discussão sobre a identidade cultural dos povos indígenas.
A Semana pretende, ainda, aumentar a visibilidade dos povos indígenas diante do Estado e da sociedade maranhense, pela valorização de suas expressões culturais materiais e imateriais e pela sua livre expressão enquanto agentes sujeitos de sua história.
Assim, seguindo a dinâmica dos eventos anteriores, a Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009 será formada por diferentes eventos, que possibilitem contemplar esses objetivos. Serão realizadas Mesas Redondas, com a participação de representantes das etnias que falarão sobre alguns de seus principais rituais; mídia e cinema; educação e desenvolvimento sustentável.
Serão apresentados, ainda, trabalhos acadêmicos e não-acadêmicos em sessões especiais; Oficinas Temáticas ministradas por representantes dos diferentes povos indígenas no Maranhão abordando temas como as mitologias, cânticos, histórias e tradições orais, línguas indígenas, artesanato e outros.

Durante a Semana dos Povos Indígenas no Maranhão serão realizadas, ainda, mostra arqueológica, arte, artesanato e material didático produzido pelos professores indígenas enfocando a cultura material e a educação dos povos indígenas no Maranhão, com a apresentação de objetos utilitários e cerimoniais do acervo etnográfico do CPHNAM, exposições fotográficas e mostra de filmes e vídeos etnográficos sobre as culturas indígenas no Maranhão e em outras regiões do Brasil. Compõe ainda essa Semana, apresentações de danças e cânticos indígenas, como forma de valorização dessas manifestações pelo Estado e sociedade maranhense.

PROGRAMAÇÃO

ABERTURA: com a presença, do Exmo. Sr. Governador do Estado, de representantes das secretarias de Estado envolvidas, das agências, instituições indigenistas e de representantes dos povos indígenas no Maranhão.
CONFERÊNCIA DE ABERTURA: Jecinaldo Barbosa – Coordenador Geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB e liderança do povo Sateré Maué – Amazonas
Apresentação Cultural (Guajajara da região do Pindaré e Amarante), lançamento do livro sobre os índios do Maranhão e apresentação do vídeo sobre a semana dos povos indígenas 2008; Coquetel.
Local e Data: 14 de Abril – Teatro “Alcione Nazaré” - Centro de Criatividade “Odylo Costa, filho” – Horário: 19:00 Horas.

MESAS REDONDAS:

MR 1 - Ritos de Passagem: o Ketwayê dos Rankokamekra – Canela
Participantes Convidados:
Francisquinho Tep Hot – Aldeia Escalvado
Martins Paxet – Cantor – Aldeia Escalvado
Marinaldo Kenikum – Cantor – Aldeia Escalvado
Moderadora: Rose Panet – Antropóloga – Doutoranda em co-tutela entre a Ecole Pratique des Hautes Etudes/FR e a UFMA
Local e Data: 15 de Abril - Teatro “Alcione Nazaré” - Centro de Criatividade “Odylo Costa, filho” – Horário: 8:30 às 12:00 Horas.

MR 2 - Ritos de Passagem: a Festa da Menina Moça dos Tenehara – Guajajara
Participantes Convidados:
Maria Santana Guajajara – Parteira e liderança da Terra Indígena Arariboia
Cíntia Santana da Silva – Professora Bilíngüe Guajajara – Aldeia Lagoa Quieta
Francisco Paulino Guajajara – Cacique da Aldeia Lagoa Comprida
Moderador: João Damasceno Jr. – Coordenador do Setor de Etnologia e Museologia do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão.
Local e Data: 15 de Abril - Teatro “Alcione Nazaré” - Centro de Criatividade “Odylo Costa, filho” – Horário: 14:00 às 17:00 Horas.

MR 3 – Movimento Indígena Nacional.
Participantes Convidados:
Sônia Guajajara – Secretária Geral da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão - COAPIMA e liderança do povo Guajajara – Maranhão.
Romancil Cretã Kaingang - Coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Sul - ARPIN e liderança do povo Kaingang – Santa Catarina
Uilton Tuxá - membro da Comissão Executiva da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo - APOINME
Gersen Baniwa - Professor e antropólogo. Conselheiro do Conselho Nacional de Educação e Diretor do Centro Indígena de Estudos e Pesquisas é liderança do povo baniwa do Alto Rio Negro - Amazonas.
Local e Data: 16 de Abril - Teatro “Alcione Nazaré” - Centro de Criatividade “Odylo Costa, filho” – Horário: 8:30 às 12:00 Horas.

MR 4 - “Escola Krikati e a luta por uma educação diferenciada”.
Participantes Convidados:
Silvia Cristina Puxcwyj Krikati – Coordenadora da escola – Aldeia São José
· Lourenço Krikati – Membro da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão – COAPIMA.
· Edilena Torino Krikati - Professora – Aldeia São José
· Raimundo Cohpyht Krikati – Professor – Aldeia São José
Moderador: Gersen Baniwa - Membro do Conselho Nacional de Educação e Diretor do Centro Indígena de Estudos e Pesquisas e liderança baniwa do Alto Rio Negro - Amazonas.
Local e Data: 16 de Abril – Teatro “Alcione Nazaré” - Centro de Criatividade “Odylo Costa, filho” – Horário: 14 às 17 Horas.

MR 5 - “Mídia, Cinema e Fotografia entre os Povos Indígenas”.
Participantes Convidados:
Jair Krikati – Festa do Gavião - Aldeia São José
Agnelo Temrité Wadzatsé – Representante da COIAB – Conselho das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira e liderança Xavante - Mato Grosso.
Rose Panet – Antropóloga – Doutoranda em co-tutela entre a Ecole Pratique des Hautes Etudes/FR e a UFMA
Murilo Santos – Cineasta e Professor da Universidade Federal do Maranhão
Cláudio Zanonni – Professor do Departamento de (UFMA)
Exibição do filme: Massacre de Alto Alegre
Local e Data: 17 de Abril – Teatro “Alcione Nazaré” - Centro de Criatividade “Odylo Costa, filho” – Horário: 8:30 às 12:00 Horas.

MR 6 – “Terras Indígenas, Meio Ambiente e Etnodesenvolvimento”
Participantes Convidados:
Valdemar Ka’apor – Terra Indígena Alto Turiaçu
Jonas Gavião – Associação Wyty Cate dos Povos Timbira do Maranhão e Tocantins
Kleber Karipuna – Secretário-executivo da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB - Amapá
Paulo Guimarães - Conselho Indigenista Missionário (CIMI) – Brasília - DF
Representante da Fundação Nacional do Índio (FUNAI)
Representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA)
Moderadora: Profª Drª Maria Elizabeth Coelho – Mestrado em Ciências Sociais - UFMA
Local e Data: 17 de Abril – Teatro “Alcione Nazaré” (CCOCf) – 14 às 17 Horas.

PAINÉIS E OFICINAS TEMÁTICAS
a) Apresentação de Trabalhos Acadêmicos e Aplicados:
Participantes: Professores, Graduados e Pós-graduados; Técnicos de Instituições Indigenistas (FUNAI, FUNASA, SEDUC, etc); Alunos concludentes; Representantes de ONGs e Associações; Representantes Indígenas e outros apresentarão trabalhos acadêmicos (Teses, Dissertações e Monografias, resultados de pesquisa; projetos aplicados) sobre temas relacionados aos povos indígenas no Maranhão e Brasil. Após cada ciclo de apresentações será promovido debates junto aos presentes.
Local e Data: Dias 16 e 17 de Abril/2008. Sala de Multimídia (CCOCf)
Horário: 14 às 17 Horas.

b) Oficinas Temáticas: Representantes dos diversos grupos indígenas no Maranhão ministrarão oficinas sobre elementos de cultura imaterial (cantos, danças, mitos, línguas) e de cultura material (adornos corporais, artesanato, instrumentos musicais e utensílios) desses povos. Aberto aos interessados.
Local e Data: Dias 16 e 17 de Abril – Instalações do CCOCf –
Horário: 9 às 11:30 Horas.

· 16 de Abril, Sala de Pinturas - Oficina de pintura corporal, ministrada pelos Guajajara, com o apoio do Departamento de Artes da UFMA.
· 16 de Abril, Sala de Multimídia – Oficina de Mitos, Cantos e Danças dos Canela, que recepcionarão o público e contarão historias tradicionais de seu povo (apresentação de instrumentos musicais).
· 16 de Abril, Sala de Danças – Oficina de Mitos, Cantos e Danças dos Ka’apor que recepcionarão o público e contarão historias tradicionais de seu povo (apresentação de instrumentos musicais).
· 17 de Abril, Sala de Pinturas - Oficina de pintura corporal, ministrada pelos Canela, com o apoio do Departamento de Artes da UFMA.
· 17 de Abril, Sala Multimídia – Oficina de Mitos, Cantos e Danças dos Krikati que recepcionarão o público e contarão historias tradicionais de seu povo (apresentação de instrumentos musicais).
· 17 de Abril, Sala de Danças – Oficina de Mitos, Cantos e Danças dos Guajajara que recepcionarão o público e contarão historias tradicionais de seu povo (apresentação de instrumentos musicais).

EXPOSIÇÕES e MOSTRAS
a) Exposição “Cultura Material da Pré - História do Maranhão”
Mostra de peças do Acervo do CPHNAM contendo artefatos cerâmicos, líticos dos povos pré-históricos do Maranhão.
Local: Galeria do CCOCf. – Período: 15 a 21 de Abril.
b) Exposição “Arte Indígena no Maranhão”
Mostra que reunirá acervo da cultura material contemporânea dos diversos povos.
Local: Galeria do CCOCf. – Período: 15 a 21 de Abril.
c) Exposição: O Cotidiano e o Ritual entre os Povos Indígenas no Maranhão.
Exposição que reúne painéis fotográficos de diversos autores, tiradas no dia a dia e nos momentos rituais das mais diferentes Terras Indígenas.
Local: Galeria do CCOCf – Período: 15 a 21 de Abril.
d) Mostra de Vídeos: “Curtas Nômades”
A mostra apresentará documentários etnográficos de produção local e nacional e percorrerá diversos espaços tais como: escolas de ensino médio e universidades.
Locais: Cine Praia Grande; Escolas e Universidades – Período: 15 a 17 de Abril de 2008.
e) Feira “Arte e Artesanato Indígena”
Feira de artesanato elaborado com as mais diversas matérias primas, contendo colares, pulseiras, brincos, maracás, cestos, bolsas, saiotes, redes, arco e flecha.
Local: Praia Grande - Período: 15 a 17 de Abril de 2008.

APRESENTAÇÃO DE CANTOS, DANÇAS AO SOM DE INSTRUMENTOS MUSICAIS INDÍGENAS.
Serão apresentados Cantos e Danças de diferentes culturas indígenas no Maranhão: Tenetehara (Guajajara); Timbira (Canela; Krikati; Pukobyê; Krepum); Kaapor.
Local: Saguão do CCOCf e Anfiteatro - Dias 15, 16 e 17 de Abril – 17 às 19 Horas.

O evento é uma promoção do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão com apoio do Governo do Estado do Maranhão; Secretaria de Estado da Cultura; Secretaria de Estado da Educação; Universidade Federal do Maranhão; Fundação Nacional do Índio e Coodenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas no Maranhão (COAPIMA)

Mais Informações e inscrições:
Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão – 3218-9906
Agendamento de visitas da rede pública estadual de ensino - SEDUC (Leila) - 3268-8790

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Programação de abril do Teatro Arthur Azevedo


Olá,
Músicos e atores consagrados, artistas militantes e iniciantes do teatro no Maranhão, dança, cultura popular, espetáculos infantis e apresentações gratuitas para a comunidade estudantil do Ensino Fundamental. Confira a programação do mais antigo teatro brasileiro em cena.