quarta-feira, 30 de junho de 2010

Samba de Minha Aldeia - O SHOW


Lena Machado apresenta ao vivo repertório de seu segundo disco. Samba de Minha Aldeia já é sucesso nacional.

O título não entrega o ouro: seria óbvio demais batizar de Samba de Minha Aldeia um disco (só) de sambas. Com desenvoltura e, de já, boa repercussão, Lena Machado passeia por samba, choro, blues, baião, citações de salsa, pitadas eletrônicas, sem perder as referências das raízes musicais da cultura popular do Maranhão, de cujos ritmos o disco está também impregnado.

De seu estado natal, aliás, a cantora recruta todos os compositores por ela gravados neste segundo disco, entre representantes da velha guarda e da jovem vanguarda da música popular maranhense, que listamos aqui sem distinção entre os grupos: Aquiles Andrade, Bruno Batista, Cesar Teixeira, Chico Canhoto, Chico Nô, Gildomar Marinho, Joãozinho Ribeiro, Josias Sobrinho, Patativa e Ricarte Almeida Santos.

Com arranjos e direção musical de Luiz Jr. (violão e viola caipira), o time de bambas que emoldura a bela voz de Lena Machado é outra primorosa seleção, na qual se destacam Rui Mário (sanfona), Luiz Cláudio (percussão), Robertinho Chinês (bandolim e cavaquinho), Thales do Valle (trompete), João Neto (flauta), Analício (clarinete), Guilherme Raposo e Franklin Santos (efeitos eletrônicos), George Presunto (trombone). O trabalho contou ainda com as participações especiais de Netinho Albuquerque (pandeiro) e Henrique Martins (violão sete cordas), em Chorinho de herança (Ricarte Almeida Santos/ Chico Nô) e Zé da Velha (trombone) e Silvério Pontes (trompete) em Colher de chá (Patativa).

Se compositores, repertório e instrumentistas são luxos e primores, o projeto gráfico não poderia ser diferente: assinado por Waldeilson Paixão, traz fotografias de Rivânio Almeida Santos que captam o clima de Botequim (título de choro de Cesar Teixeira gravado por Lena) do Bar do Léo, misto de bar e museu, espécie de “academia musical” encravada no coração do Vinhais, um dos bairros mais tradicionais de São Luís.

Repercussão – Lançado em janeiro de 2010, em concorrida sessão de audição e noite de autógrafos realizadas no mesmo Bar do Léo que lhe serve de cenário, Samba de Minha Aldeia tem encontrado boa repercussão no cenário nacional.

O disco já foi tocado em webrádios e em rádios em São Luís, Brasília e Rio de Janeiro, onde arrancou elogios do jornalista e produtor Nelson Motta. Na internet, também, o disco já está disponível para download em vários blogues que o disponibilizam gratuitamente. A cantora diz não se incomodar: “É uma forma de nossa música, da música do Maranhão chegar a mais gente. É claro que no disco original há outros elementos, informações, um projeto gráfico bonito. O ideal é baixar para conhecer e depois adquirir o original”, opina.

Em São Luís está à venda na Livraria Poeme-se (Praia Grande), no Bar do Léo e na TVN São Luís (São Francisco). Esta última, com a Pousada Portas da Amazônia, co-patrocinou a finalização do disco, cuja gravação foi possível graças a um edital da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão ainda em 2008.

História – Lena Machado nasceu em Zé Doca, no interior do Maranhão, onde começou a cantar, integrando grupos da Igreja Católica, sobretudo das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Depois de tentar uma carreira na própria cidade natal, veio para São Luís trabalhar na Cáritas Brasileira Regional Maranhão, onde está até hoje.

Sua trajetória musical nunca esteve dissociada de sua atuação no campo social, na busca por justiça e pelo fim das desigualdades. Na capital maranhense teve suas primeiras incursões pela música no aniversário de 26 anos da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), em fevereiro de 2005 e no projeto SESC Meio Dia, no SESC Deodoro, no ano seguinte.

Em 2006 lançou Canção de vida, sua estreia, onde emprestou a voz a diversos clássicos da música brasileira que embalam a luta dos movimentos sociais e de trabalhadores, sobretudo de compositores maranhenses – Cesar Teixeira (Oração latina, hino de onde é tirado o verso-título, Flanelinha de avião), Chico Canhoto (Sem resposta), João do Vale (Minha história, Carcará), Joãozinho Ribeiro (Milhões de uns) – mas passando por Gonzaguinha (Pense n’eu, O que é, o que é?), Jurandy da Feira (Terra, vida e esperança) e Sá e Guarabira (Sobradinho).

O convívio com o ambiente musical, sobretudo com músicos de uma maneira ou outra vinculados ao Clube do Choro do Maranhão, garantiu a Lena Machado um amadurecimento percebido quando se comparam os dois trabalhos – o primeiro também teve repercussão nacional e foi lançado, além de em São Luís, em Aracaju/SE e Brasília/DF.

O show – Para marcar o lançamento oficial de Samba de Minha Aldeia, Lena Machado escolheu o palco do Teatro Arthur Azevedo. “É um dos mais belos teatros do Brasil, um dos mais antigos e tem uma energia positiva. Muita coisa importante para a música do Maranhão e do Brasil aconteceu aqui. É inspirador cantar aqui”, revela.

Além do repertório do disco, que será interpretado na íntegra, Lena Machado cantará também obras de compositores como Antonio Vieira e Chico Maranhão, além de surpresas que fará ao público. A cantora contará com as participações especiais de Aquiles Andrade, Célia Maria, Léo Spirro e Patativa.

“Aquiles representando a nova geração de talentos maranhenses que tem surgido, um dos compositores que gravei. Célia, Spirro e Patativa – esta a única compositora gravada por Lena – são, cada um a seu modo, grandes mestres da música produzida aqui, são personagens importantíssimos, tenho aprendido muito com eles”, conta emocionada.

Com produção de Lena Machado e Ruber Produções e direção musical de Luiz Júnior, Samba de Minha Aldeia, o show, tem patrocínio de TVN.

Serviço – O show de lançamento de Samba de Minha Aldeia acontece dia 7 de julho (quarta-feira), às 20h, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro). Os ingressos custam apenas R$ 20,00 (meia para estudantes com carteira) e estão à venda na Livraria Poeme-se (Praia Grande) e na bilheteria do TAA. Patrocínio: TVN.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mochilão de Lua de Mel no JP Turismo

O casal Marcus Saldanha e Angela num bar em Paraty (2009)

O suplemento do Jornal Pequeno JP Turismo está revigorado na internet - uma nova página com atualização semanal que pode ser lido na íntegra no endereço

http://www.jpturismo.com.br/edicoes/edicaosemana.pdf.

Além dos textos no Blog Marcus Historico vocês podem acompanhar matérias do Mochilão de Lua de Mel em julho pela América do Sul Austral e da cobertura da FLIP 2010 em agosto pelo JP Turismo. O caderno é publicado toda sexta-feira.
Texto e foto: Marcus Saldanha

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Entrevista com Celso Borges

Celso Borges: A Posição da Poesia é Oposição
A primeira entrevista do Blog Marcus Historico é com o poeta, jornalista e compositor maranhense Celso Borges. Autor de livros-CDs, o artistas faz apresentações que misturam poesia, música, cinema, fotografia e artes plásticas. Belle Epoque, seu mais recente trabalho, a parceria com Zeca Baleiro e a intranquilidade do poeta-jornalista são destaques na conversa com o jornalista Marcus Saldanha. Segue um perfil do artista reconhecido por manter hasteada a bandeira da poesia.


BLOG - Belle Epoque, o seu mais recente trabalho publicado, surge da intranquilidade do poeta-jornalista. A ideia já surgiu poemúsica?

CB -Meu processo de criação e elaboração do conceito de um livro é relativamente demorado. Dura de um a três anos, da primeira idéia até a execução do projeto, ainda mais quando ele envolve outras pessoas. Belle Époque é minha terceira experiência no formato livroCD, completamente diferente das duas primeiras: XXI (2000) e Música (2006). Decidi promover uma espécie de anti-diálogo entre o livro impresso e o disco, fazendo duas coisas opostas em vez de complementares: um livro com 50 poemas, vários deles longos, uma hemorragia de palavras e versos; e um CD, que dei o título de Quase, em que basicamente dialogo com o silêncio, uma forma de me calar depois de tantos poemas ‘vomitados’ no livro. O trabalho é também uma provocação àqueles que esperavam um novo CD com poemas musicados. Quis quebrar essa expectativa.

BLOG - Na Akademia dos Párias, grupo de artistas dos anos 80 em São Luís, você era chamado de “Santo Expedito”. Celso Borges faz juz ao apelido?

CB - Santo Expedito não é aquele das causas impossíveis? Talvez porque eu nunca desisti de fazer projetos, publicar livros, juntar pessoas em torno de uma idéia, de um trabalho, de estar sempre incentivando e acreditando na poesia como um combustível essencial pra vida.

BLOG - O "Prefácionão" de Belle Epoque foi escrito com muita competência pelo escritor e guitarrista maranhense Reuben Cunha. Nas apresentações ao vivo os textos convivem com as performances do DJ paulistano Otávio Rodrigues e projeções de fotos-imagens. Como é essa relação da poesia com guitarras, bateria, samplers e fotografia?

CB -Na verdade, minhas leituras de palco, nos projetos A Posição da Poesia É Oposição e no show Celso Borges e os Restos Inúteis, este último durante o lançamento do Belle Époque, têm pouco a ver com as performances que fiz junto com o DJ Otávio Rodrigues, no projeto Poesia Dub, em São Paulo. Neste, trabalhamos com trilhas prontas, acompanhados de baixo e percussão. Nos dois primeiros, o formato já é mais de banda com projeções de imagens no fundo do palco. Tenho uma relação muito profunda com a música, o cinema, a fotografia e também as artes plásticas. Misturar tudo num mesmo caldeirão é um desafio que me interessa bastante e cujo resultado me deixa muito feliz e pleno.

BLOG -Cultura Digital é um tema que te interessa?

CB - Eu me interesso pela cultural digital, mas confesso que ela me confunde um pouco, me atordoa. Tentarei me aproximar mais desse universo nos próximos anos, mas quero fazer isso com segurança e estabelecendo diálogos com pessoas que possam, de alguma forma, derrubar esses muros que nos separam.

BLOG - Belle Epoque é um trabalho do século XXI que ironiza a cidade de antigamente, "muito pior" você diz no poema A Saudade Tem Seus Dias Contados. Ainda vivemos os restos da Belle Epoque do século XIX? Que cidade é essa que vivemos?

CB - É claro que não vivemos mais na Belle Époque do século XIX. Felizmente. Não tenho dúvidas de que aquela era uma época pior em muitos aspectos. A idealização do passado é um erro grosseiro, que nos imobiliza. Mas é um desafio também descobrir, no mundo de hoje, com suas misérias sociais e existenciais, uma possibilidade de criação que nos motive a acreditar que realmente a saudade tem os seus dias contados.

BLOG - Você morou muitos anos em São Paulo e mesmo de volta a São Luís não abandona a ponte aérea. Zeca Baleiro, Rita Ribeiro, Alê Muniz e Luciana Simões, e muito antes, Ferreira Gullar e José Louzeiro também ganharam reconhecimento quando produziram fora da Ilha. O exílio é necessário para uma produção criativa de qualidade?

O exílio não é necessariamente imprescindível para uma criação de qualidade. Muita gente não consegue escrever ou criar nada longe do seu ninho. A minha vivência, de morar em outro lugar, foi muito estimulante. Qualquer movimento pra mim é combustível novo. O sair da rotina, viver outro espaço físico, com pessoas diferentes, é uma farol, um raio que me ilumina. Até mesmo porque ao ficar distante temos uma visão privilegiada do lugar de onde viemos. Além disso, São Paulo, onde vivi 20 anos, é uma cidade fascinante, tanto a sua complexidade física, urbana, quanto a sua diversidade cultural.

BLOG - A parceria com Zeca Baleiro já rendeu letras de canções, poemas e até um programa de rádio. É uma parceria de sucesso, não?

Discutamos então o conceito de sucesso. Com relação ao mercado, nenhum. Quase não ganho dinheiro com as minhas criações. É claro que eu gostaria de ganhar, mas isso nunca veio no primeiro plano. O sucesso como motor de tudo é quase sempre uma doença, o câncer da modernidade. Derruba 90% dos artistas, tanto os que querem obcecadamente fazer sucesso, como os que ao atingi-lo não conseguem dar mais um passo a frente, criativamente. Estão presos à rede da evidência, da super exposição, do status. Quero ficar longe disso. Prefiro dialogar com mil pessoas, que contribuam criticamente para o meu crescimento como artista, do que ter o aplauso de cem mil que me puxam para o abismo, repetindo elogios redundantes. Zeca é um grande parceiro, de mais de 20 anos, um cúmplice na forma de ver e sentir o mundo. Nesse sentido é uma parceria de sucesso, porque comunga verdades e sentimentos que acreditamos.

BLOG - Ao seu redor novos artistas e jornalistas trocam idéias e opiniões. Você percebe essa capacidade de agregar novos artistas e jornalistas?

CB -Acho que as pessoas, artistas, jornalistas, sentem de alguma forma ou se comovem ao me ver com a bandeira da poesia e da arte sempre hasteada. Gosto de fazer projetos em que interajo com outros artistas, estimulo possibilidades de diálogos e o prazer de fazer isso.

BLOG -Fiquem intranquilos é sua frase de despedida. O que exatamente isso quer dizer?

CB -A inquietação, o desequilíbrio e a intranqüilidade são motores indispensáveis para a criação. Por isso, quando me despeço de alguns amigos desejo isso também a eles, para que a chama da criação não se apague e não fiquemos acomodados, distribuindo a torto e a direito o leite azedo da felicidade. Minha felicidade é outra.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

São João - Inovações nos Terreiros do Maranhão

Rosa Reis, Dona Teté e Caixeiras - olhar atento da matriarca durante ensaio do Cacuriá


Ensaio do Cacuriá de dona Teté no Laborarte

Acertar o Passo Para Não Perder os Significados

Ao som de Caixas do Divino batidas a partir de uma mistura do carimbó paraense com ritmos locais, acompanhadas por cavaquinho e violão, e sob olhar atento da “matriarca” dona Tetê, 86 anos, músicos e dançarinos se esforçam para diante das inovações que se apresentam a cada ano nos arraiais, manter a tradição do folclore junino do Maranhão.

“Quem não sabe, não atrapalha, senta e olha!”, com essa frase, Luana Reis, jovem coreógrafa do Cacuriá, filha dos artistas maranhenses Rosa Reis e Nelson Brito, comanda o ensaio dos novos passos do grupo Cacuriá para a temporada junina 2010. A frase é também uma metáfora perfeita do sentimento de artistas de grupos tradicionais do São João maranhense em relação a novos grupos que surgem incrementando suas apresentações, muitas vezes banalizando o ritual.

Surgido em 1986, no Laborarte, o Cacuriá de Dona Teté popularizou músicas e passos sensuais e tornou-se atração obrigatória nos arraiais da capital. Mas dona Teté, que dançou, tocou caixa e cantou por anos no Cacuriá de Seu Lauro, antes de criar seu próprio grupo, não vê com bons olhos o que novos grupos fazem. Para ela, eles não são fiéis ao sentido da brincadeira: “Eles só fazem as coisas que eu faço”,diz. Avaliando os grupos mais recentes, Tetê afirma: “Eles rebolam demais e a gente dança”.

ACERTANDO O PASSO
Rosa Reis, diretora do Laborarte (Laboratório de Expressões Artísticas do Maranhão) e cantora do cacuriá desde a fundação, concorda com dona Teté. Segundo ela os novos grupos acabam saindo da sensualidade e caindo em outra coisa. “A palavra imoral seria forte demais, mas o que fazem às vezes choca quem está assistindo. Alguns grupos acabaram banalizando determinadas coreografias”,diz.

Entre os brincantes das manifestações mais tradicionais existe a admiração mútua, Dona Teté, por exemplo, revela seu respeito pelo boi sotaque da Ilha: “O Boi da Maioba é do meu coração, abrindo e fechando”. Conta ainda que sua neta Amanda, dança no Tambor de Crioula. Segundo a avó, uma Teté no futuro, embora ninguém da família tenha permanecido no grupo que a hoje tataravó mantém.

Se para Dona Teté e Rosa Reis as novas brincadeiras que surgem a cada ano estão desvirtualizando a tradição, para Mestre Apolônio, referencia na cultura maranhense, 92 anos, dos quais 86 dedicados ao bumba-meu-boi: “tradição não se reelabora e não se muda”. Apolônio critica a reelaborarão do enredo tradicional e expõe a banalização da musica e da dança, onde os brincantes enfocam apenas a sensualidade.

Em geral, os artistas tradicionais ressaltam a longa trajetória traçada para conseguir o respeito da sociedade pela tradição cultural do São João: agrupamento de músicos, confecção e aquisição de instrumentos, criação de associações ou entidades culturais representativas, montagem de um repertório e invenção de traços próprios que os diferencie dos demais. Todos esses passos, sem perder o caráter primordial: fé e tradição.

O Boi de Apolônio ou Boi da Floresta, como é reconhecido nacional e internacionalmente, zela por sua postura conservadora das tradições culturais do sotaque da Baixada no Maranhão. Este sotaque faz referência às regiões que integram os campos da baixada maranhense que compreende os municípios de Viana, São Bento, Penalva, Cajapió, Pindaré, São Vicente de Férrer, São João Batista e povoados.

COMPREENDER O ENCANTO
O caminho para a continuidade do reconhecimento e afirmação das manifestações folclóricas nos tempos atuais é pesquisar e compreender os seus significados. Perguntado sobre o futuro da tradição do bumba meu boi, Apolônio afirma: “Não quero estar aqui para ver a brincadeira de bumba-meu-boi perder sua tradição e seu encanto”.

Em junho começam as primeiras apresentações das brincadeiras juninas do Maranhão. Grupos tradicionais e grupos alternativos, digamos, inovadores, estarão na programação dos arraiais locais. Apresentações começando cada vez mais cedo e terminando mais tarde, assim como o prolongamento do festejo até o mês de julho, comprova que a paixão pela dança e a música junina se renova e a tradição deve se manter viva.

Mas o comando de Luana Reis continua valendo, mesmo depois do ensaio, para os grupos que desejam aventurar-se pelo universo junino com inovações: “Quem não sabe, não atrapalha, senta e olha!”.

FICARÃO NA HISTÓRIA

D. Teté: matriarca fundadora de um dos grupos de cacuriá mais antigo da ilha, o Cacuriá de D. Teté. Do alto dos seus 86 anos e já com a saúde fragilizada, Teté comanda os ensaios e participa de todas as apresentações do grupo com olhar atento e voz altiva.

Rosa Reis: cantora e compositora maranhense, tem 21 anos de carreira solo e também é uma militante da cultura popular. Integra o grupo de instrumentistas e o vocal no Cacuriá de Teté, além de compor a direção do Laboratório de Expressões Artísticas do Maranhão (Laborarte).

Mestre Apolônio: com 92 anos de história, contribuiu para fundar vários grupos de bumba meu boi de sotaque de matraca (ou da Baixada), é amo-fundador do Boi da Floresta. Um grupo reconhecido nacional e internacionalmente pela sua postura de guardião das tradições.

Texto: Amanda Aguiar, Lena Machado e Marcus Saldanha
Fotos: Marcus Saldanha

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cinema francês no Praia Grande

A FRANÇA, La France (França, 2007).
EXIBIÇÃO: 08.06 a 14.06.2010
AUTOR: Serge Bozon.
GÊNERO: Drama.
Duração: 102’.
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 10 Anos.
LEGENDAS: português do Brasil, inglês (Estados Unidos), espanhol.
FORMATO: DVD
No outono de 1917, a guerra prossegue. A milhas de distância do campo de batalha, a jovem Camille leva uma vida marcada pelas notícias que seu marido manda do front. Um dia ela recebe uma carta em que ele termina com o casamento. Desnorteada e determinada a continuar a qualquer custo, Camille decide se disfarçar de homem para encontrá-lo. Ela segue direto ao front de guerra, cortando caminho pelos campos para evitar as autoridades. Numa floresta, passa por um pequeno grupo de soldados que não suspeita de sua identidade. Ela os segue e assim embarca numa nova vida e, conforme os dias e as noites passam, descobre o que nunca poderia imaginar, o que seu marido nunca lhe contou e o que seus novos companheiros irão evitar lhe mostrar: a verdadeira França.

OS ENCANTOS DE PALOMA, Délice Paloma (França, 2007).
EXIBIÇÃO: 15.06 a 22.06.2010
AUTOR: Nadir Mokneche.
GÊNERO: Drama.
DURAÇÃO: 134’.
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 14 Anos.
LEGENDAS: português do Brasil.
FORMATO: DVD
Madame Argélia é o nome que Zineb Agha adotou em homenagem ao seu país. Ela é uma solitária senhora de 50 anos, de origem humilde. Numa Argélia em plena transformação, não há trambique que ela não faça para ganhar dinheiro e subir na vida. Ela, inclusive, comanda uma boate famosa, onde trabalham mulheres lindas. Paloma, a sua mais nova “funcionária”, é uma delas. A jovem chama a atenção de todos, inclusive a de Riyad, o filho da cafetina. A compra das Termas Caracalla, dá a Madame Argélia uma chance de recomeçar a vida, mas ela logo perceberá que seus esquemas foram longe demais.

BARAKAT! , (França, 2006).
EXIBIÇÃO: 26.06 a 05.07.2010
AUTOR: Djamila Sahraoui.
GÊNERO: Drama.
Duração: 94’.
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 14 Anos.
LEGENDAS: português do Brasil.
FORMATO: DVD
Amel é médica de emergência num hospital na Argélia.Ela se esforça, na medida do possível, para conciliar sua profissão e sua juventude, apesar da guerra civil. Uma noite, voltando para casa, Amel constata que seu marido jornalista desapareceu e decide partir a sua procura. Vai acompanhada de Khadidja, uma enfermeira que, em sua juventude, ficou conhecida nos combates pela independência. Melhor música, Melhor Primeiro Filme, Melhor Roteiro no FESPACO 2007. Selecionado em mais de 10 festivais em 2007.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sobre o que não sabia de Maria Rita

"O show é nosso, só para nós", Maria Rita para o público na apresentação em Pedro II

As pernas são mais grossas, ela é mais alta, menos tímida, mais performática. Os olhos são negros, ligeiramente estrábicos, míopes. Os seios não são fartos, a bunda não é o da estereotipada mulher brasileira. Os cabelos não são curtos, nem longos e nem lisos. Não estão pretos e não estavam soltos.

Maria Rita não é magra, não tem o perfil atriz-modelo e não é burra. Pouca maquiagem e um delicioso vestido curto. No corpo, com cuidado, vêem-se as tatuagens: próximo a orelha esquerda, no pulso esquerdo, acima do pulso direito. Celulites nas pernas são traços humanos.

Sobre sua vida disse que cresceu ouvindo jazz. Nem era para ser diferente. No mais, o resto que todo mundo já sabe. É filha de Elis Regina e César Camargo Mariano, que dispensam comentários, e irmã do cantor Pedro Camargo. Por talento próprio consagrou-se cantora no Brasil e fora dele. Poucos CDs gravados e muitas premiações, incluindo vários Grammys Latinos.

Festival - O show apresentado no Festival de Inverno de Pedro II foi tudo o que se esperava de um talento amadurecido em suas escolhas musicais. “Este show não vai virar cd, não vai virar DVD, de forma que o show é nosso, só para nós”, disse ao público no início de sua apresentação.

Com dores no pé e de salto, Maria Rita dançou, fez trejeitos, interpretou mulheres e homens do cotidiano brasileiro, que amam e são abandonados e cantam suas dores de cotovelo. Fez caras e bocas. Entreteu e se divertiu durante o ato de ofício de sua profissão.

No palco recebeu flores arremessadas pelo público e agradeceu o delírio de quase vinte mil pessoas que lotaram a Praça Borneles, no centro da cidade. Poucas vezes uma artista foi tão respeitada por um público num festival. Ao longo da apresentação, a hora de calar, de ouvir e a de cantar. “Demorou, mas tá perdoada” lia-se num cartaz erguido por um rapaz na platéia.

Maria Rita, não leu, não pediu perdão, nem licença. Também não concedeu entrevista aos jornalistas. Disse tudo do alto, na lata, no palco durante o show e à queima roupa, olho nos olho, fazendo o que disse: um grande show só para nós.
Texto e foto: Marcus Saldanha

Por amor a guitarra

Deuses da guitarra improvisam solos perfeitos

Armandinho exibe camiseta de Hendrix jogada por um fã

Steve Jordan - apresentação com a camisa do Festival

Se deus tocasse guitarra, certamente ele usaria as mãos de Stanley Jordan e Armandinho. Por isso, nasceram. Para isso cresceram. Para fazer o indizível, o intraduzível com as guitarras elétricas plugadas. Falar de técnicas, anos de estudos, dom, vocação. Nada será capaz de definir o que os vi fazer no agora internacional Festival de Inverno de Pedro II.

Não são os únicos no mundo, mas são raros. Jimmy Hendrix, Carlos Santana, Steven Vai são a prova de que vez por outra, que deus não satisfeito de solos, acordes e harmonias volta. Reencarna para tocar Trenzinho Caipira de Villa Lobos, Pink Floyd, Insensatez e um monte de canções que alucinam os simples mortais.

Essa gente, não é gente. Usam disfarces de seres humanos. Por isso, estudam e ensaiam. Dizem que é tudo improviso. É coisa de outro mundo, de panteão de divindades que dispensa aos seus seguidores o sacrifício. Cobram apenas cachê ou ingressos e humildemente aplausos. Fecham os olhos e deixem a música fluir.

Esses monstros celebram o sangue e o corpo com notas musicais e oferecem pedaços ao público em comunhão com a música. Os mortais, diante do palco, na pequena Pedro II, no Piauí viram Stanley Jordan humildemente vestido com a camisa da produção do Festival. Estava entre nós. Com o baiano Armandinho trouxe a boa nova: harmonia interior, com o outro e a natureza.

Stanley Jordan não concedeu entrevista coletiva. Para quê? O que diria aos jornalistas que não pudesse ser dito no palco com as guitarras nas mais altas freqüências celestes. Estamos todos abençoados pela graça de Stanley Jordan e Armadinho. Por amor a guitarra!
Texto e fotos: Marcus Saldanha

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um passeio pelo centro de Pedro II

Memorial Tertuliano Brandão Filho no centro de Pedro II

Dentro: entreporta do casarão com madeira decorada e barra da parede em estuque

detalhe da entreporta: passáros se beijam sobre o nome do antigo proprietário

Não curti as cahoeiras de Pedro II, não fiz a Trilha dos Mirantes, não visitei as minas de opala, nem o Museu da Roça e os vários sítios arqueológicos da região. Quem foi disse que vale a pena. Fica para a próxima. Estava focado nas apresentações. Queria estar descansado para sentir os acordes e a harmonia do festival.
Porém. no sábado, depois do almoço dei uma volta pelo centro histórico de Pedro II. Casas do séc. XIX, duas praças "arrumadinhas", a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e o Memorial Tertuliano Brandão Filho.
Construída em estilo neoclássico no início do século XX, o memorial foi a moradia, por duas gerações, dos manda-chuvas da região. Espadas e documentos pessoais da família dos Tertulianos Brandãos, os porões da casa, a entreporta com madeira trabalhada e decorações de estuque (aplicação de água, gesso e cola) nas barras das paredes são atrações para os visitantes.
Para Tomás de Oliveira, 45 anos, zelador do memorial há 23, a casa é bem visitada, principalmente quando tem eventos, referindo-se ao Festival de Inverno. "O que eles mais gostam de ver são as espadas e os porões", diz Tomás.
Os porões visitados, ao contrário do que muitos acreditam, não foram feitos para escravos, já que a casa foi construída entre 1923 e 1925 por mestres de obras cearenses. Mas o estilo de construção dos porões lembra muito as senzalas do Museu da Redenção, no interior do Ceará.
O zelador do memorial não lembra de visitas ilustres no Memorial, "O Pedro Bial quando teve por aqui, passou na frente da casa, mas não entrou", recorda Tomás. Então Bial não viu a entreporta do casarão: um casal de pássaros que se beijam sobre o nome do antigo proprietário que se forma quando as duas partes da porta se encontram.

Texto e fotos: Marcus Saldanha

Brazilian Blues Band - Rock e Blues no bom e velho português


Brazilian Blues Band - Por um circuito nacional de blues no Brasil

A Brazilian Blues Band, banda braziliense formada há quinze anos, surpreendeu o público do Festival de Inverno de Pedro II tocando clássicos da MPB e música tradicional nordestina. Blues e rock, cantado no bom e velho português. "Lemos e escrevemos poemas na nossa língua, acho importante cantar e valorizar nosso idioma", explica Luís Kafka, vocalista da banda.
Em entrevista, Luiz Kafka falou ainda da criação de um circuito nacional de blues. "Estávamos ontem mesmo em Rio das Ostras, no Rio, discutindo a criação de um circuito nacional de blues com bandas nacionais com capresentações durante o ano inteiro pelo Brasil". Essa talvez seja a melhor alternativa para aproximar o público de um estilo musical pouco divulgado no Brasil.
Amigos do gaitista carioca Jefferson Gonçalves, que já se apresentou em Barreirinhas e São Luís, e de Edson Travassos, guitarrista brasiliense radicado no Maranhão, a rapaziada do Brazilian Blues Band demonstrou interesse em tocar no Maranhão. "É só convidar que a gente vai", diz Kafka.
Texto e Foto: Marcus Saldanha

sábado, 5 de junho de 2010

Zeca Baleiro - Tocou Raul

Zeca Baleiro e Os Bombáticos em noite chuvosa no Festival de Inverno

Choveu bastante ontem, 04, durante a apresentação do cantor e campositor maranhense Zeca Baleiro. Ainda assim, o público do Festival de Inverno permaneceu na Praça Bornelles e cantou todos os grandes sucessos do artista que, ao julgar pelo show, tem uma grande aceitação no Piauí.
Na Coletiva de Imprensa, Zeca bem humorado, vestido com uma camiseta goiaba sobre uma manga comprida preta e calça jeans no melhor estilo largadão, falou da antiga rivalidade entre o Maranhão e o Piauí e explicou o fato de ser querido por aqui: "Talvez seja porque eu não falo mal de piauiense".
Humildade da parte do multifacetado artista, que além de cantar e compor, mantem um programa de rádio na internet, o Biotônico (já são sete programas gravados em parceria com Celso Boprges e Otavio Faria). Mantem um selo em sociedade com sua empresária, responsável por raros registros da música maranhense para o mundo (Mestre Antônio Vieira e Lopes Bogéa são alguns exmplos). Além de ser colunista de uma revista de circulação nacional.
Na rápida coletiva não falou-se sobre a família Sarney, apenas do prazer de cantar em Pedro II, cidade que já tinha ouvido falar por causa das opalas e de um fã-garçom que em São Paulo falou que o veria tocar em sua cidade natal.
No palco, as garotas deram o revide aos rapazes. Se Takai deixou marmanjos de boca aberta, Zeca causou frisson nas moçoilas. Mas não ficou só nisso, com Os Bombásticos, botou todo mundo para cantar suas baladas, pular com as pegadas e gritar muito em "Toca Raul".

E haja fôlego, daqui a pouco tem Jam Session com Sérgio Donato e Sérgio Matos, Armandinho, Stanley Jordan e Maria Rita.

Texto e foto: Marcus Saldanha

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Tá frio, mas tá pegando fogo

Público lota a Pça. da Bonelle no primeira dia do VII Festival de Inverno de Pedro II

Já estamos em Pedro II. Ontem na abertura, o show de Fernanda Takai. daqui a pouco, coletiva de imprensa com nosso conterrâneo, Zeca Baleiro. O show será com a banda, só não sei a escolha do repertório. O público hoje deve ser maior do que ontem, pois muita gente teve que trabalhar hoje. Encontramos alguns maranhenses e cearenses por aqui, mas a maioria de turista é de Teresina que fica a poucos quilômetros da cidade.

A nossa viagem foi mais longa. quase oito horas sem parar. Chegamos em cima da hora da coletiva com Fernanda Takai. ela é realmente bonita e atenciosa.

Após o show não achamos vagas nos hotéis e pousadas. Dormimos parte da noite no carro e de pois num quarto cedido por um casal local. O povo aqui parece ser hospitaleiro. Mas, como receberiam hópedes durante a temporada tivemos que alugar um quarto. Por 60 reais conseguimos uma suíte na casa de Dona Vera. Ela tem uma lojinha de roupas, um salão e aluga quatro quartos preparados para esses eventos.

Como a temperatura por aqui é bem agradável, existe um fluxo razoável de turistas, principalmente durante o Festival de Inverno e férias escolares. A cidade possui várias atrações turísticas, mas hoje tava impossível. Tive que descansar e escrever.

Interessante as oficinas de opala, pedra semi-preciosa, abundante na região, que segundo moradores, são exportadas e movimentam um bom volume de dinheiro.

Amanhã faço as entrevistas com a Secretaria de Turismo, sem escovar os dentes, hoje pela manhã não ia rolar. Mas desde já, parabenizo a equipe da Assessoria de Comunicação, que organiza com zelo a coletiva de imprensa e a Secretaria de Turismo que encaminha turistas para hospedagens familiares, já que os hotéis e pousadas estão lotados e não há área para camping.

Comida barata e variada, segurança na cidade, ruas lotadas, pouco estacionamento, clima agradável e uma excelente programação. O VII Festival de Inverno, por enquanto vale a viagem.

Texto e foto: Marcus Saldanha

FernadaTakai - Primeira Apresentação no Piauí

Fernanda Takai grava sua mensagem para a produção do Festival de Inverno na Coletiva de Imprensa


Fernanda Takai canta no Piauí com a flor que recebeu de um fã. Ao fundo, a baterista Mariah Portugal
Ontem, quinta-feira, 03, começou o VII Festival de Inverno de Pedro II. a cantora e escritora, Fernanda Takai fez as honras com o show de abertura. Em sua primeira apresentação no Piauí, cantou de Dolores Duran a Duran Duran. No seu repertório, a mistura perfeita de POP com MPB.
Antes do show, na Coletiva de Imprensa, Takai falou de como concilia música e literatura, e da falta de convites para se apresentar em algumas cidades do nordeste. "A gente não toca no Piauí e Maranhão porque não recebe convites", diz Takai. A vocalista da banda mineira, Pato Fu, mora em Belo Horizonte e mantem uma coluna semanal no Jornal O Estado de Minas: "Enquanto me quiserem por lá, vou continuar escrevendo. Entrego meu texto direitinho. dentro dos prazos", diz Takai.

Com extrema simpatia, responde as perguntas da imprensa, tira fotos e segue para a sua primeira apresentação em solo piauiense.

Com saia estampada de frases cor-de-rosa, sapato estilo dançarina, blusa recatada e casaquinho, Fernanda faz babar o público masculino. Não é de agora que a cantora é uma espécie de musa. Casada há anops com o guitarrista e produtor musical da banda, Jonh, Takai parece acostumada ao assédio dos fãs.

Tímida, não dança muito no palco. Neste show, também não toca nenhum instrumento, mas acerta o compasso da escolha do repertório: canta simrimbó de Pinduca, Roberto Carlos, Dolores Duran, Duran Duran, Michael Jackson, Chico Buarque, Carmen Miranda, Jovem Guarda e muitas homenagens a Nara Leão. Perfeita mistura do POP com a MPB na roupagem remix da atualidade.

Num momento inusitado do show, desafia o público a cantar com ela O Barquinho, clássico da Bossa Nova, em japonês. Em outro momento cede espaço para a performance da baterista, percussionista e back vocal da banda, Mariah Portugal. Segundo a modesta Takai, a responsável pelo embelezamento do palco.

O público parece ter empatia pela cantora. O teresinense Yuri, não conteve-se, subiu no palco e delicademente entregou uma flor a Takai, que retribuiu com beijo e pose para foto. Outro teresinense, Ricardo Magno, segunda vez no Festival de Inverno, disse que sua maior expectativa do festival era o show de Fernanda: "Espetacular!", define.
Como o que é bom dura pouco, o gostinho de quero mais ficou por conta do bis, onde Takai cantou Taí, de Carmem Miranda, Jovem Guarda, Sinha Pureza de Pinduca e o clássico Debaixo dos Caracóis de Seus Cabelos de Roberto Carlos.

No espetáculo, Nara Leão foi a homenageada, mas o que fica é um apelo que merece ser atendido. Fernanda Takai clama por sua escalação no time das mulheres que cantam no especial de aniversário do Rei. ela merece ser convocada.
Texto e fotos: Marcus Saldanha

terça-feira, 1 de junho de 2010

As Cores de Frida Solidário


Apresentação beneficente do espetáculo maranhense premiado pelo Circuito Nacional SESC Amazônia das Artes 2010 com circulação por 7 Estados do Brasil:

As Cores de Frida do Núcleo Atmosfera de Dança-Teatro com a direção de Leônidas Portella

06 de junho de 2010, às 19:00h no Teatro Arthur Azevedo

Ingressos ao preço único de R$ 20,00

A renda do espetáculo será revertida em prol do tratamento de saúde do maestro Francisco Jara

Compareçam! Solidariedade salva.

Informações: 8813-0222 (Rosa Ewerton Jara)

SOBRE O ESPETÁCULO

Nesta proposta a pesquisa sobre a Dança-Teatro alemã contextualiza-se às releituras do diário, pinturas, cartas, tintas e esquadros da pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954) uma revolucionária artística, sexual, política, social que agonizou em suas telas a constante degradação de seu corpo durante sua vida. O ator-dançarino colore suas sensações a partir da essência de Frida Kahlo na busca da construção de uma dramaturgia livre da criação de personagens.

TRAJETÓRIA

“As Cores de Frida” estreou em janeiro de 2009 no Teatro Arthur Azevedo; apresentou-se em eventos como V Semana do Teatro no Maranhão (2010); Conexão Dança-Teatro (2009). Contemplado pelo circuito SESC Amazônia das Artes em 2010 para circulação nacional.

SOBRE FRIDA KAHLO

Nasceu em 1907 no México, mas gostava de declarar-se filha da revolução ao dizer que havia nascido em 1910. Sua vida sempre foi marcada por grandes tragédias; aos seis anos contraiu poliomielite, o que a deixou coxa. Já havia superado essa deficiência quando o ônibus em que passeava chocou-se contra um bonde. Ela sofreu inúmeras fraturas e uma barra de ferro atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Por causa deste último fez várias cirurgias e ficou muito tempo presa em uma cama. Frida sempre pintou a si mesma: "Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor". Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente seu amor pelo marido Diego Rivera. A sua vida com o marido sempre foi bastante tumultuada. Diego tinha muitas amantes e Frida não ficava atrás, compensava as traições do marido com amantes de ambos os sexos. Os seus quadros refletiam o momento pelo qual passava e, embora fossem bastante "fortes", não eram surrealistas: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei minha própria realidade". Frida contraiu uma pneumonia e morreu em 1954 de embolia pulmonar, mas no seu diário a última frase causa dúvidas: "Espero que a partida seja festiva - e espero nunca mais retornar - Frida". Talvez Frida não suportasse mais.

Festival de Inverno em Pedro II

Maria Rita

Fernanda Takai

Zeca Baleiro

Stanley Jordan

De 03 a 06 de junho no Piauí, rola o festival de Inverno de Pedro II. Na programação, confirmados os nomes de Maria Rita, Fernanda Takai, Zeca Baleiro, Stanley Jordan, Armandinho, Brazilian Blues Band, Therê Groove, Ensaio Vocal, Roraima Power Sampa Trio, Carol Castro e Anderson Nóbrega, e Jam Session com Sérgio Donato e Sérgio Matos.

Em 2010, o Festival de Inverno de Pedro II, chega a sua sétima edição, consolidado como um evento musical que reúne músicos de renome nacional e internacional, gastronomia, ecoturismo e uma série de atividades que movimentam a economia local.

A Cidade - Pedro II

Quem conhece Pedro II logo descobre uma cidade cheia de charme e com um jeito muito especial de receber os visitantes. Com seu clima ameno, fundada por imigrantes portugueses no século XIX, Pedro II encanta pela simpatia, pela sua arquitetura que remete ao passado colonial e pelas belezas naturais que revela a cada olhar. Morro do Gritador, cachoeira do Salto Liso e outros pontos na serra são um chamariz quase irresistível para quem adora a aventura do rapel, banhos em águas claríssimas e esportes radicais.

Você pode conhecer as minas de opalas, pedras raríssimas que, em Pedro II, chegam a ser quase abundantes. O artesanato de Pedro II também enche os olhos. Rendaria, tecelagem, ourivesaria. Com qualquer material, os artesãos de Pedro II criam peças de rara beleza. E a mais nova marca da Suíça Piauiense é o seu Festival de Inverno, que todos os anos traz para as ruas da cidade grandes nomes da música brasileira e internacional. É essa a Pedro II que você vai conhecer e que vai fazer você viver momentos de puro deleite. Seja bem-vindo.

Roteiros Turísticos

Trilha Dos Mirantes:
Santa, Gritador E Curva Do Cotovelo
(passeio Ecológico)

Mangabeira e Cachoeira de Salto Liso
(passeio Ecológico Com Banho Em Águas Frias E Cristalinas E Vários Atrativos Da Localidade).

Minas de Opala e Museu da Roça:
(história Da Opala E De Famílias Tradicionais De Pedro Ii)

City Tour:
Lojas de Artesanato e Joalherias de Opala
Inclui Conhecer As Lojas E Pontos-de-venda Do Nosso Artesanato E A Arte De Transformar O Minério Mais Raro Do Mundo Em Lindas Joias; Parque Pirapora; Igreja Nossa Senhora Da Conceição.

Centro Histórico e Artistas Plásticos
Visita Aos Casarões Do Final Do Século Xix E Lindos Trabalhos Em Telas Com Pinturas Em Estilo Singular, Visita A Oficina De Artesanato Sebrae/pi.

Sítio Buritizinho
Uma Verdadeira Vivencia Na Roça, Com Moagem De Cana E Farinhada Ao Vivo.

Cachoeira Da Arara (urubu Rei)
Um Local Com A Biodiversidade Ainda Intacta E Linda Cascata Com Águas Frias E Cristalinas.

Sítios Arqueológicos:
Buriti Grande Dos Aquiles
Uma Visita Aos Vestígios Do Berço Da Humanidade.

Sítios Arqueológicos De Torre:
Uma Visita Aos Vestígios Do Berço Da Humanidade E Banhos De Cachoeiras.

Sitios Arqueológicos Do Morro Do Morcego Em Olho Dágua Do Meio
Uma Visita Aos Vestígios Do Berço Da Humanidade.

Buriti Dos Cavalos
Inscrições Rupestres - Formações Rochosas
E Piscina Natural.
Eco Escola Thomas Aquents
(levar 1kg De Alimento)

Mochilão Lua de Mel

Kleiton e Kleidir: "Deu pra ti/Baixo Astral/Vou pra Porto Alegre, Tchau!"


Não é mais segredo. O mochilão julho de 2010 é o Mochilão de Lua de Mel. Começa na manhã de 29 de junho quando desembarcamos em Porto Alegre (RS). Por lá, A Casa de Cultura Mário Quintana, Parque da Farroupilha, Palácio Piratini, Museu de Ciências e Tecnologia, Memorial do Rio Grande do Sul, rio Guaíba, Usina do Gasômetro, Vasco e Grêmio no Olímpico, Flamengo e Internacional no Beira Rio, entrevista com o neto de Getúlio Vargas...
De lá, Gramado, Canela, Chuí, Montevideo, Buenos Aires, e talvez Bariloche e Patagônia, talvez Terra do Fogo no Chile. O frio é quem manda, já que estaremos em pleno inverno na América do Sul Austral.
Por outro lado, o calor da Copa do Mundo 2010: se Brasil, Argentina e Uruguai classificarem-se para a etapa eliminatório poderemos assistir a jogos da nossa seleção na casa dos vizinhos, assim como, ver a paixão que os hermanos têm por sua seleção. Já pensaram um Brasil e Argentina num barzinho de Buenos Aires, vestido com a amarelinha, rapá!
Quantos maranhenses não encontraremos por nossas andanças. De qual cidade são? Como vivem? Por que decidiram mudar para tão longe? Como é encarar um frio na casa de zero graus? Pelo visto, jornalista não sai de férias, blogueiro, então!
Na bagagem agasalhos, netbook, modem, nikkon, cds da cantora maranhense Lena Machado "Samba de Minha Aldeia" (elogiado por, nada menos que Nelson Mota) e exemplares do livro-cd de Celso Borges "Belle Epoque" (amigo de Vítor Ramil). Música e poesia maranhense para gaúchos e hermanos.
Por enquanto é só. Aceitamos sugestões.
texto e foto: Marcus Saldanha

Proclamas de Casamento

Com o favor de Deus e da Santa Madre Igreja, querem casar-se:

MARCUS SALDANHA BARBALHO JUNIOR e ÂNGELA CRISTINA PINHEIRO GALVÃO

ELE, com 34 anos de idade, nascido aos 23 de julho de 1975 em Brasília-DF, filho de Solange Maria da Paz Sampaio, residente em São Luís-MA.

ELA, com 32 anos de idade, nascida aos 20 de julho de 1977 em São Luís-MA, filha de Concita Pinheiro Durans, residente em São Luís-MA.

A celebração está marcada para o dia 27 de junho de 2010, às 17.00h da tarde, na Igreja Inocêncio de Berzo desta paróquia.

Conforme o Cân. 1.069 do Código de Direito Canônico, quem souber de algum impedimento para a celebração deste casamento está obrigado a denúnciá-lo à autoridade eclesiástica compentente.