quarta-feira, 6 de junho de 2012

A romântica e cheia de lendas rua dos Suspiros

A partir de hoje até o Dia dos Namorados começa uma série de postagens aqui no Marcus Histórico sobre lugares românticos. Começamos com "La Calle de los Suspiros" em Colonia del Sacramento, no Uruguai.
Foto: Marcus Saldanha
A rua dos Suspiros na parte antiga de Colonia del Sacramento no Uruguai é um pitoresco caminho reservado aos pedestres, sem calçadas, coberta de pedras coloniais e lendas. Construída em desnível para que a água da chuva escorra por ela até o Rio da Prata, foi séculos atrás reduto de sedutoras prostitutas que arrancavam suspiros de marinheiros portugueses e espanhóis que desembarcavam na cidade em busca de diversão.

Porém, não é a versão histórica que fascina, mas as lendas como a de que condenados a morte eram levados pela rua para serem afogados no Rio da Prata. Ou da romântica moça que ao esperar seu amado na rua, fora apunhalada por um mascarado e antes de morrer dera um grande suspiro. Ou a mais recente, que atrai casais em lua de mel, de que um beijo dado na rua dos Suspiros é garantia de amor eterno.

O fato é que a rua compõe um cenário perfeito para um passeio a dois e juras de amor.

2 comentários:

  1. Muito legais essas historias dos becos, fico imaginando o Beco do Siri da musica do É o Tchan! hehe.
    Mas o beco que mais gosto é o do conto Beco de Flores, de Modesto Carone. Segue abaixo trecho da primeira parte do conto.

    Beco de flores
    As estrelas dos barcos soavam desoladas ao largo da costa quando cheguei a
    Paraty. Embora fosse maio, chovia sem parar; ninguém se aventurava pelas ruas
    alagadas por causa do mau tempo; os hotéis pareciam acomodados à escuridão.
    Apesar disso andei durante horas para encontrá-lo. No meio do nevoeiro era
    natural que a túnica colasse ao meu corpo como uma armadura; as sandálias
    mergulhavam com ruído nas poças mais fundas. Atendendo a um comando
    subterrâneo eu segurava o punhal na mão direita: dentro de alguns instantes ia vê-
    lo diante de mim. Ao entrar no beco de flores tive a certeza de que ele caminhava
    ao meu encontro. Pisei tensa nas pedras lisas, as narinas abertas ao tóxico das
    plantas pendentes de muros e janelas. A essa altura a visibilidade era quase nula
    e as cãibras paralisavam os dedos em volta do punhal; no entanto não afrouxei
    nem um pouco a pressão. Isso não me impediu de estremecer ao surpreendê-lo
    sentado no chão. De fato a vontade de golpeá-lo enquanto ele estava anestesiado
    era muito grande: só a custo me contive. Por isso esperei que ele voltasse a si para
    vencer a distância que me separava de seu pescoço. Ao enterrar a lâmina na carne
    desprotegida percebi que as lágrimas me subiam aos olhos; pois eu o odiava a
    ponto de saber que obedecia passivamente a uma realização de desejo.

    Fonte: Modesto Carone, em Edgar Allan Poe et alii. Histórias fantásticas, p.141.

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  2. valeu José Rafael,
    o blog tam essa pegada literária mesmo(caminhos e palavras)!

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