terça-feira, 16 de junho de 2009

Papo Cabeça

Olá,
desde segunda-feira, já foram feitas mais de cem mil inscrições para o ENEM 2009 em todo o Brasil, onde mais de 10 universidades já aderiram a nova forma de acesso aos cursos superiores, extinguindo os vestibulares tradicionais, incluindo UFMA e provavelmente o CEFET, no Maranhão. Outras usarão o ENEM como uma etapa da seleção ou para vagas remanescentes. Lembrando que as Universidades poderão mudar a forma de seleção de um ano para o outro, ou ter formas diversificadas dependendo do curso, incluindo, por exemplo, exames de aptidão.
O ENEM 2009 terá uma redação e 180 questões de múltipla escolha das várias áreas de conhecimento (linguagens e códigos, matemática, ciências da natureza e humanas). Língua Estrangeira será excluída do processo avaliativo. Além disso, como as provas serão aplicadas 3 e 4 de outubro, o conteúdo será limitado ao 3o bimestre do último ano do ensino regular.
Neste novo exame é possível optar por cinco cursos de uma ou até cinco universidades.
Sinais de novos tempos? Sim! Mas para que rumos?

Lembro do papo de domingo com meu primo que fez 17 vestibulares em várias cidades do Brasil, cursou algumas universidades e hoje faz medicina no CEUMA: "No vestibular já sabia o que responder e o que não marcar, não estudei muito, mas já era um especialista em provas. E na redação caiu um tema que conhecia bem!". Não foi diferente para muita gente. Acabamos sendo adestrados nos cursinhos ou não, a fazer um "tipo de prova". O Governo seleciona dessa forma, pois na sua incompetência não pode ser justo.

A prova do ENEM é mais interessante que o vestibular tradicional, mas não avança no que diz respeito ao ingresso de jovens e adultos do ensino regular e EJA ao ensino superior. Milhões ainda serão excluídos. Portanto, receio que essa reforma, nada mais é que uma adequação das universidades a uma sociedade cada vez mais determinada pelo mercado de trabalho. E o plano que era contestar o tradicional modelo, como afirmou Fernando Hadad em entrevista à Folha de SP no começo do ano: “Os vestibulares são todos iguais e ruins. Estão errados e sinalizam mal para o ensino médio. O ensino hoje está voltado para o vestibular e termina que boas escolas estão piorando em função disso”, seja apenas mais uma armadilha como aquelas escondidas nas antigas questões de múltiplas escolhas. Onde muitas vezes optei pela letra "E" que menos havia saído no gabarito e significava "Nenhuma das Respostas Anteriores".

Mas o papo é longo e requer debate com vários pontos de vista, sendo assim sugiro o programa 3 a 1 da TV Brasil desta quarta-feira às 22hs na TV aberta. Fiquemos atento as falas de "Reynaldo Fernandes, presidente do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, que vai falar sobre a boa receptividade das universidades públicas ao programa, Selma Garrido Pimenta, pró-Reitora de Graduação da USP, universidade que, apesar de ver a mudança com simpatia, ainda não se definiu pela integração, e ainda, Israel Batista, professor de curso pré-vestibular, que vai abordar a adaptação dos cursinhos na preparação dos estudantes para o Enem. O jornalista Luiz Carlos Azedo conduz o programa. "

Depois desse debate, vamos fazer o blog de botequim e ficar palpitando sobre o tema.

Texto: Marcus Saldanha

2 comentários:

  1. Marcus,
    Amigo como você tem comentários extremamente coerentes, gostei muito "Sinais de novos tempos? Sim! Mas para que rumos?" É muito importante termos esse canal de discussão aberto por você!!
    Lembre-se das minha opinão educação não é sacerdócio é profissão!!!!kkkkkkkk
    Grande Abraço!!!!SUCESSO SEMPRE!!
    Fabiano Soares Viana

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  2. Boa noite, professor Marcus...
    adorei seu texto sobre o enem. Infelizmente a educaçao no Brasil evolui muito pouco. Haja vista , os proprios concursos para a entrada dos alunos nas universidades. Parabens por divulgar essa tao fragil situaçao da educaçao em nosso pais. bjs , jana







    b

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