Hoje, quando se comemora no Brasil o Dia do Índio, achei oportuno postar a matéria que fiz com Ademar Krenyê Timbira (foto), representante do povo Krenyê-Timbira (tronco linguístico Jê), formado por 150 pessoas, vivendo atualmente na Aldeia Pedra Branca, a 27 km do município de Barra do Corda. Considerados extintos por muitos, os Krenyês-Timbiras resistem e existem. A conversa com Ademar rolou na Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2009, um pouco antes da mesa redonda que discutiu o tema "Terra Indígena, Meio Ambiente e Etnodesenvolvimento", da qual fizemos parte. Acompanhe a matéria:
"Estamos pedindo o reconhecimento do nosso território e do povo que foi expulso da sua terra tradicional (Pedra do Salgado- Bacabal/MA) ocupada atualmente por fazendeiros, por não-indígenas. Passamos por várias aldeias: guajajaras, gaviões... a gente vem sofrendo a algum tempo. Na década de 80 houve um conflito entre o povo Kreniê-Timbira e os Gaviões na aldeia Governador (Amarante-MA). Dessa época que viemos para a atual região da Terra Indígena Dominial Rodeador, em nome de krikatis e gaviões."
* Terras Indígenas Dominiais são aquelas que pertencem a todos os povos.
Atualmente, Ademar vem tornando-se uma liderança, representando o desejo de seu povo pelo seu território. Um documento já foi enviado para a FUNAI solicitando a visita do grupo técnico, com cópia encaminhada ao Ministério Público em São Luís.
O grupo que está se reorganizando, já fez uma visita a Pedra do Salgado e identificaram no local as três mangueiras, onde os mais velhos faziam os rituais de encontro com os espíritos, plantadas pelos bisavôs de Ademar e que demarca o território Krenyê.
Por volta de 1956, com epidemia de sarampo e catapora, os indígenas achavam que o local estava afetando o seu povo e mais a pressão dos fazendeiros. O grupo pequeno não resistiu e aceitou a opção de mudar-se para aldeia Pindaré (Bom Jardim). E daí foram para o Rodeador em acordo com os Krikatis, Gavião e Canelas.
O povo dado por muitos como extinto, continua resistindo e existindo na luta dos povos indígenas por seus direitos.
Os Kreniês-Timbiras, cujo nome vem de um pássaro, conhecido pelos não-índios como "Jandaia" têm em seus traços culturais a aldeia circular, pintura corporal listrada como a cobra coral utilizando o urucum entre as formas geométricas, o cocar todo de algodão trançado, com poucas penas, que quando usadas são as mais branquinhas e na Festa da Menina Moça (ritual de passagem da adolescência) corrida de toras e flechas, onde dois grupos são divididos, o Camaleão e o Cobra e durante o dia fazem uma espécie de revezamento de bastão só que com flechas numa corrida circular.
Por volta de 1956, com epidemia de sarampo e catapora, os indígenas achavam que o local estava afetando o seu povo e mais a pressão dos fazendeiros. O grupo pequeno não resistiu e aceitou a opção de mudar-se para aldeia Pindaré (Bom Jardim). E daí foram para o Rodeador em acordo com os Krikatis, Gavião e Canelas.
O povo dado por muitos como extinto, continua resistindo e existindo na luta dos povos indígenas por seus direitos.
Os Kreniês-Timbiras, cujo nome vem de um pássaro, conhecido pelos não-índios como "Jandaia" têm em seus traços culturais a aldeia circular, pintura corporal listrada como a cobra coral utilizando o urucum entre as formas geométricas, o cocar todo de algodão trançado, com poucas penas, que quando usadas são as mais branquinhas e na Festa da Menina Moça (ritual de passagem da adolescência) corrida de toras e flechas, onde dois grupos são divididos, o Camaleão e o Cobra e durante o dia fazem uma espécie de revezamento de bastão só que com flechas numa corrida circular.
Texto e foto: Marcus Saldanha
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