sexta-feira, 17 de abril de 2009

Movimento Indígena Nacional


Na abertura dos trabalhos na manhã do terceiro dia da Semana dos Povos Indígenas no Maranhão os indígenas organizaram e comandaram a Mesa Redonda Movimento Indígena Nacional formada por Marcos Apurinã, Rondônia (Vice-Presidente da COIAPI- Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas); Lourenço Krikati (moderador da mesa, coordenador da COPIMA- Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas no Maranhão); Cléber Karipuna, Amapá (tesoureiro da COIAPI) e Sônia Guajajara (COIAPIMA).
O palestrante Marcos Apurinã apresentou o documentário Campanha dos Povos Indígenas na Amazônia: Presente, e Futuro da Humanidade. Em sua fala destacou: "povos indígenas sem terra e terra sem indígenas não tem significado."
Mas a fala é na fala de Sônia Guajajara que a plenária de não índios teve oportunidade de fazer várias reflexões acerca de seus preconceitos: " Eles convidam a gente pros lugares pra falar e acham que a gente não precisa de uma preparação, quer que a gente vá pelado, com os adornos e estranham quando a gente atende celular, pede pra gente tirar o óculos , como se índio não tivesse problema de vista. É a idéia de que índio tem que tá no mato. Não entendem a evolução. Hoje a gente vem pra cá e sabe discutir na caneta. Não adianta vim aqui só pra dançar o tempo todo pra não índio ver e fotografar. Tem que discutir. A dança é pra celebrar.
O pessoal ainda não tem muita idéia do que é ser povos indígenas. A gente trabalha, estuda, pensa...temos parentes formados em História, Direito..."
Destacou ainda que hoje as maiores dificuldades não são com o Governo, mas sim com o Supremo Tribunal Federal, portanto com as esferas jurídicas.
Lourenço Krikati, apontou ainda esse tempo como de avanços para os povos indígenas, principalmente devido o CNPI (Conselho Nacional de Política Indígenas) que tem fortalecido as ações da FUNAI no Brasil.
Muitos indígenas do Maranhão não puderam participar desse debate devido a dificuldade de transporte e acesso a São Luís devido a instabilidade política e as fortes chuvas dos últimos dias no Maranhão. Porém, que tem participado do evento, além de desfazer preconceitos históricos, tem a oportunidade de participar de discussões organizadas e dirigidas pelos próprios índios, que sabem falar, e muito bem, sobre si seus problemas. Moderar e discutir sobre as políticas públicas referentes aos povos indígenas.
Texto e foto: Marcus Saldanha

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