terça-feira, 4 de agosto de 2009

Confesso que Chorei!


Durante o espetáculo das torcidas numa tarde de domingo. Era FLAxFLU no Maracanã. Na preliminar o Flamengo de 81, que me tornou torcedor (Júnior, Adílio, Andrade, Nunes, Júlio César, Rondinelli, Leandro...) contra o Flu de 79. 3x2 para o Flamengo. No jogo das 18:30, pelo campeonato brasileiro, um empate sem gols (O Imperador com a camisa 100 ficou devendo).

Por longos minutos esqueci da partida olhando ao redor, lembrando dos programas esportivos que me atrasavam a entrada na escola e da fatídica final de 1983 quando um pássaro (talvez um urubu) invadiu o campo e parou a partida. O jogador do fluminense o retirou do campo, e minutos depois decidiu a partida naquele estádio. Tudo isso passou pela minha cabeça enquanto as torcidas evoluiam em cantos e coreografias, e eu chorava.




No Museu da Língua Portuguesa em São Paulo também chorei. Não saberei dizer o motivo, mas aquela coisa toda de tecnologia celebrando a beleza da palavra que não só dizemos, mas pensamos em nossa língua materna. É indiscutivelmente, o lugar mais perto que um ser humano pode com o corpo e a alma "penetrar surdamente no reino das palavras".



Chorei pela terceira vez sentado numa das antigas cela do DOPS-SP, naquele espaço carregado de dor e esperança. No fone de ouvido, relatos de ex-presos políticos entremeadas por passagens ensurdecedoras dos trens da Estação Júlio Prestes e as inscrições nas paredes fazem do Memorial da Resistência passagem obrigatória para se entender a razão do brado "Ditadura Nunca Mais!".
Texto: Marcus Saldanha
Fotos: Marcus Saldanha e Ângela Galvão

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