segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Papoético: artistas fora das estantes

Literatura
Nossos escritores fora das estantes
Ubiratan Teixeira – Academia Maranhense de Letras
Especial para o Alternativo - Jornal O Estado do Maranhão
31.12.2011

      O antipático e cruel nestes levantamentos de fim de ano sobre nossa produção cultural é o batido chavão do “já tivemos e já fizemos” que insiste em permanecer. Por falta de incentivo institucional na área da produção intelectual, quer do Estado, quer das Universidades, que são essenciais considerando-se que a venda do livro no quadro atual de consumo (e outras circunstâncias) não cobre as despesas feitas com sua produção, o artigo maranhense vai ficando escasso nas estantes das livrarias, das bibliotecas públicas e dos estabelecimentos de ensino muito embora saibamos do polpudo investimento que o Estado e as Universidades fazem na compra de obras do pior nível produzidas por editoras sem qualificação adequada, do sul do país.
      Como os programas de incentivo á publicação foram extintos, raros escritores ousaram se auto/editar. Entre os peitudos, Bento Moreira Lima com o romance “Coisas do Destino”, Vinícius Bogéa com a novela “Diário Oculto”, Américo Azevedo Neto com “Festas, Fogos, Fogueira e Fé”. José Neres lançou “Maranhão na ponta da língua” (palavras e expressões maranhenses). A Fundação Municipal de Cultura publicou 30 Anos de Xilogravura de Airton Marinho, e a EDUFMA lançou “Memórias Fantásticas da Guerra dos Mundos”, ensaio organizado pelo professor Francisco Gonçalves da Conceição, e uma obra da professora Sônia Almeida, enquanto que Wilson Marques circulou com mo excelente infantil “A lenda do Rei Sebastião e o Touro Encantado”, como selo da Mercuryo Novo Tempo, de São Paulo.
      A cultura municipal, por cima de paus e pedras, realizou o “34º Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís”, concedendo a Jorgeana Braga o prêmio Aluízio Azevedo pelo romance “A Casa do Sentido Vermelho”, o prêmio Antônio Lopes a Augusto Cássio com a obra “A Capoeira em São Luís”, e o prêmio Sousândrade, de poesia, a Samarone Marinho.
      Foram presenças significativas lantejoulando o panorama sombrio.
O grande feito do ano, no entanto, fica por conta do poeta Paulo Melo Sousa, que criou um espaço para a discussão da arte e da literatura (Papoético) no Sebo do Chiquinho, na rua de São João (Centro), onde semanalmente aconteceram encontros, debates, lançamentos de livros e discussões sobre arte e literatura.

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