terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A Feira do Livro Possível

Assim os entrevistados do Blog Marcus Historico avaliaram a 3a Feira do Livro de São Luís que acabou no domingo (29/11) e custou aproximadamente 2 milhões de reais. Foi possível trazer o José Louzeiro que debateu sobre cinema e literatura; a atriz e escritora Leona Cavalli que lançou seu livro "Caminho das Pedras" e atendeu pedido de fotos; Márcio Pascoal que além do livro sobre o maranhense João do Vale, esgotado, falou do imperdível "A Maconha está Bêbada" e Chico César com o lançamento do seu livro de poesias.
Ferreira Gullar, não veio, não foi possível. Em depoimento gravado e apresentado ao público na abertura da feira declarou que evita viajar de avião. Falou ainda da distância Rio-São Luís: "É metade de uma viagem a Europa! (risos)".
A programação da feira atendeu o tema proposto Diversidade Literária na Capital Brasileira da Cultura - lançamento de livros literários, técnicos e científicos, palestras e debates com temas diversos e atrações culturais locais. Tudo dentro do possível. Mas faltou um site ou blog oficial com a programação.
Porém, a atração principal - os livros!!!
Os livros ficaram em exposição nos stands cedidos para os livreiros no Espaço Cultural, mesmo local onde aconteciam as apresentações culturais. No site Elo li a notícia de que a feira foi visitada por mais de 200 mil pessoas - é possível - e que o volume de comércio de livros foi em torno de 2,8 milhões de reais, segundo o presidente da Associação de Livreiros do Maranhão, Milton Lyra.
Conversando com o livreiro Arteiro - Livraria Athenas - soube que as vendas realmente foram boas, mas em seu blog, Arteiro reclama dos apagões e do calor nos setores 5 e 6 do Espaço Cultural. Outra reclamação foi quanto a cota de 512 mil reais dada pela prefeitura para a compra de livros na feira para as bibliotecas: "Soube de gente que ganhou mais do que outro. Acho que se foi uma cota da prefeitura, deveria ter sido gasta de forma igual. A compra deveria ser feita através da Associação de Livreiros e dividida de forma justa". Quanto ao espaço, Arteiro afirmou que os livreiros preferiam pagar e ter mais conforto e segurança. Além disso, o livreiro chamou atenção para o número reduzido de livrarias e algumas ausências importantes, tais como a Editora da UNESP, Cortez, Livraria Francesa e a Livraria da Biblioteca Nacional.
Os apagões realmente foram os convidados indesejados. Durante a apresentação do poeta Celso Borges "A Posição da Poesia é a Oposição" na sexta, (27) foram três. Ouvi gente gritando: Vamos roubar livro! Imagine o desespero dos livreiros.
Apesar de tudo valeu a pena. Concordo mais uma vez com Arteiro em seu contraponto ao blogueiro Décio Sá: "O Marafolia não é (e nem deve ser) o maior evento do Maranhão. Alguém já disse que um país se faz com homens e livros".
E advinha qual foi o livro mais vendido da feira: Honoráveis Bandidos - Palmério Dória - custava 30 reais e o estoque, nos últimos dias, já estava reduzido.
E enquanto os confrades da Academia Maranhense de Letras se confraternizavam no Café Literário, Bruno Azevedo inovava com o anti-lançamento do seu livro "Breganejo Blues". Na Casa do Escritor Maranhense Bruno profetizou: "O livro não vai acabar, mas vai virar fetiche". Sendo assim, o fetiche está à venda por apenas 15 reais, mas pode ser baixado, com recomendação do autor na internet gratuitamente. Valeu Bruno!!!
Ousada também é a moçada do Projeto Iconografias do Maranhão do curso de Desenho Industrial da UFMA coordenado pela professora/pesquisadora Raquel Noronha. A idéia é promover uma inovação na cadeia produtiva da cultura através do reconhecimento das manifestações culturais como um bem patrimonial. Partindo disso estão constituindo um acervo digital, criação de produtos e peças gráficas, exposições e um livro, tudo em parceria com 12 grupos da cultura tradicional afro-maranhense no Estado. O livro custa 30 reais, mas também pode ser baixado gratuitamente na internet.
Não é jabá não, o stand da Vale montado pela Quadrante Design estava muito bem elaborado. O Beco do Viera recriava um dos cenários favoritos do cantor/compositor maranhense Antônio Vieira. Objetos pessoais estavam bem situados com as imagens, a reprodução do chão de paralelepípedos e a banca de revista que o artista frequentava.
Então ficam os contatos, as informações, os livros comprados e a placa que recebi pelo debate que propus sem grandes pretensões, mas que parece ter dado certo. E só para lembrar, minha lista de sugestões de convidados para a 3a Feira do Livro, postada em 20 de agosto, fica desde já valendo para a próxima. Se for possível, Claro!
Texto: Marcus Saldanha

4 comentários:

  1. Marcus
    Comentários pertinentes de quem acompanhou a feira de perto e, como cidadão, opinou e mostrou prós e contras. Precisamos disso na cidade. Não podemos viver de "babação" aqui e ali de acordo com as devidas (in) conveniências.
    Infelizmente não pude comparecer ao seu debate. Outros novembros virão.
    Precisamos brigar por uma feira de livros cada vez mais forte.
    Comentário final, pergunta que não quer calar: se os livreiros não pagaram aluguel algum pelo stand, porque os preços não foram mais baixos?
    Grande abraço
    Celso Borges

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  2. Marcus
    Amei o resumo me senti mais presente como queria.
    Ivone

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  3. Marcus
    Muito interessante e instigador seus comentários sobre a Feira, p/ quem participou boas lembranças e um convite a exercer seu direito de avaliação e observações construtivas e p/ quem não teve o privilégio de comparecer a sedução de não perder a próxima
    ivone

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  4. Realmente, os apagões não foram nada agradáveis. Digo isso por que estive na apresentação do Celso Borges, e percebi o quanto eram incovenientes as falhas técnicas que acabaram por atrapalhar demais o espetáculo. Enfim, por esse e por outros motivos, a feira do livro deste ano poderia ter sido melhor.

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