sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mesas Literárias da FLIP 2009

Olá,
hoje foi divulgado no site oficial da Festa Literária de Paraty 2009 a programação das mesas literárias que vão rolar de 01 a 05 de julho. A venda de ingressos é antecipada, 30 reais cada. A programação é boa, mas a grana curta, portanto temos que escolher arduamente quais mesas serão acompanhadas ao vivo e quais serão vistas na Tenda do Telão, onde paga-se 10 reais por mesa. Os shows e eventos paralelos ainda serão divulgados. Estamos preparando o bolso para acompanhar de perto a FLIP 2009. Confira a programação:
01 de julho - quarta-feira
19 hs - Conferência de abertura - Davi Arrigucci Jr. (Poucos estudiosos da literatura no Brasil escreveram sobre Manuel Bandeira com o brilho de Davi Arrigucci Jr. Capaz de aliar a leitura cerrada dos versos do poeta aos movimentos mais amplos do modernismo no país, Arrigucci Jr. é autor de ensaios incontornáveis sobre Bandeira, tais como Humildade, paixão e morte ou A beleza humilde e áspera. É o procedimento de leitura desses textos clássicos que serve de base para a conferência que o crítico e escritor faz em Paraty.)
02 de julho - quinta-feira
10 hs - Mesa 1 - Novos traços
Rafael Coutinho, Fábio Moon, Gabriel Bá e Rafael Grampá (Raras vezes a produção de quadrinhos foi tão intensa no Brasil. Na trilha aberta por pioneiros como Larte e Angeli, esses jovens artistas têm flertado com a literatura e levado os quadrinhos brasileiros a um novo patamar de complexidade – alguns já venceram os prêmios mais prestigiosos da categoria, tanto no Brasil como no exterior. A primeira mesa da FLIP pretende ser um retrato desse ótimo momento e apresentar para o grande público os nomes-chave dessa geração)
11:45 - Mesa 2 - Separações
Rodrigo Lacerda e Domingos de Oliveira (Outra vida, o livro mais recente do escritor carioca Rodrigo Lacerda, examina a fundo um relacionamento amoroso em crise. Nesta mesa em Paraty, Rodrigo conversa com um dos artistas que exploraram com mais brilho o assunto no Brasil: o dramaturgo e cineasta Domingos de Oliveira, diretor de Todas as mulheres do mundo e Separações, entre diversos outros filmes.)
15 hs - Mesa 3 - Verdades inventadas
Tatiana Salem Levy, Arnaldo Bloch e Sérgio Rodrigues (Em Elza, a garota, de Sérgio Rodrigues, a história da jovem morta pelo partido comunista serve de guia para um experimento ficcional ousado e bem urdido. Em Os irmãos Karamabloch, Arnaldo Bloch vale-se da história de sua família, fundadora da Rede Manchete, para compor um livro em que convivem traços de biografia, romance e memorialismo. Os três elementos também se fazem presentes em A chave de casa, premiado livro de estreia da carioca Tatiana Salem Levy.)
17 hs - Mesa 4 - China no divã
Ma Jian e Xinran (Ma Jian, em Pequim em coma, remexeu em uma ferida delicada da história recente da China: o massacre da Praça da Paz Celestial, que completa vinte anos em 2009. Já a jornalista Xinran foi buscar cicatrizes mais antigas: seu livro mais recente, Testemunhas da China, traz relatos de sobreviventes da revolução cultural liderada por Mao Tse-tung, que matou em torno de um milhão de pessoas entre 1966 e 1976. Num caso como noutro, estão expostos os pontos cegos da nação que deve liderar a economia do século XXI.)
19 hs - Mesa 5 - Deus, um delírio
Richard Dawkins (Nem precisaria ser no ano em que se completam duzentos anos do nascimento de Charles Darwin e 150 da publicação de seu livro mais importante, A origem das espécies. Mas a efeméride acrescenta um toque a mais à presença em Paraty de um dos darwinistas mais influentes em atividade no mundo, autor de O gene egoísta e Deus, um delírio.)
Dia 03 - sexta-feira
10 hs - Mesa 6 - Evocação de um poeta
Heitor Ferraz, Eucanaã Ferraz e Angélica Freitas (O maior indício da perenidade de um autor é sua influência sobre as gerações seguintes. Nesse quesito, poucos podem rivalizar com Manuel Bandeira, referência inescapável desde as primeiras manifestações do modernismo no Brasil. Nesta mesa, três nomes de destaque da nova poesia brasileira discutem a atualidade do poeta.)
11:45 - Mesa 7 - A névoa da guerra
Atiq Rahimi e Bernardo Carvalho (O afegão naturalizado francês Atiq Rahimi ganhou o prêmio Goncourt pelo romance Syngué sabour (2008), centrado na história de uma mulher e do marido agonizante em meio ao conflito civil no Afeganistão. O filho da mãe (2009), de Bernardo Carvalho, também enquadra a violência da guerra por lentes sutis – o sofrimento das mães para saber sobre os filhos enviados para regiões de conflito. Esse é apenas um dos diversos pontos de partida para o debate entre os autores em Paraty.)
15 hs - Mesa 8 - Sentidos da transgressão
Edna O’Brien e Catherine Millet (No início dos anos 1960, a irlandesa Edna O’Brien teve exemplares de seu livro Country girls queimados pela comunidade religiosa local, incapaz de aceitar que a vida sexual das personagens fosse descrita com tanta crueza. Em 2001, a crítica de arte francesa Catherine Millet fez de sua própria vida sexual movimentada o tema de um livro – e sacudiu as hostes conservadoras na Europa e nos Estados Unidos. Nesta mesa, elas conversam sobre as transgressões possíveis no século XXI.)
17 hs - Mesa 9 - O eu profundo e outros eus
Mario Bellatin e Cristovão Tezza (Professor de uma escola de escritores no México, Mario Bellatin admite tudo – menos que o candidato a ficcionista inspire-se na própria vida para criar sua história. Um dos mais premiados autores brasileiros dos últimos anos, Cristovão Tezza fez exatamente isso em seu Filho eterno, e ninguém ousará dizer que não foi bem-sucedido. Qual, enfim, o papel da experiência pessoal na literatura? Eis o mote para a discussão entre os dois autores.)
19 hs - Mesa 10 - Sequências brasileiras
Chico Buarque e Milton Hatoum (Em Leite derramado, Chico Buarque criou um narrador que personifica a desfaçatez da classe dominante brasileira. Em suas reminiscências delirantes, ecoam lembranças de família e uma visão ácida sobre a formação do país. Na obra de Milton Hatoum, reminiscência e memória familiar são igualmente uma pedra angular – mas que enquadram o país sob as lentes da presença árabe na Amazônia. O Brasil na visão desses dois grandes prosadores é o tema da mesa que eles compartilham em Paraty.)
Dia 04 - sábado
10 hs - Mesa 11 - O dissonante século XX
Alex Ross (Crítico de música erudita da revista New Yorker, Alex Ross fala sobre O resto é ruído (2007), recém-lançado no Brasil. O livro foi um dos maiores acontecimentos da crítica musical dos últimos anos nos Estados Unidos. Com raro fôlego, tino literário e consciência histórica apurada, Ross mescla a análise formal das obras dos principais compositores eruditos do século XX aos momentos políticos decisivos do período.)
11:45 - Mesa 12 - Entre quatro paredes
Sophie Calle e Grégoire Bouillier (Em Prenez soin de vous, exposição que representou a França na Bienal de Veneza de 2007 e programada para acontecer em São Paulo em julho, Sophie Calle exibe a reação de 107 mulheres à carta de rompimento recebida de um ex-namorado. O escritor francês Grégoire Bouillier, autor de L’invité mystére, é o ex-namorado em questão. Pela primeira vez eles aparecem em público para discutir o episódio e embaçar ainda mais as fronteiras entre vida privada e vida pública, entre vivência pessoal e ficção.)
15 hs - Mesa 13 - Segredos de família
Anne Enright e Tobias Wolff (Não é por acaso que a irlandesa Anne Enright e o americano Tobias Wolff já dividiram mesas em festivais pelo mundo afora: são muitas as afinidades entre as obras deles. Além da maestria no formato da narrativa curta, ambos têm na família fraturada um universo temático recorrente, de que é exemplo o irmão suicida em O encontro, de Enright, ou o padrasto violento no autobiográfico O despertar de um homem, de Wolff.)
17 hs - Mesa 14 - Fama e anonimato
Gay Talese em conversa com Mario Sergio Conti (Gay Talese é um dos inventores do jornalismo contemporâneo – e ao mesmo tempo a encarnação dos dilemas da profissão. O autor responde por alguns dos textos mais precisos e bem costurados já feitos por um repórter, caso de “Frank Sinatra está resfriado”, de 1966. Em tempos de crise do jornalismo impresso, Talese representa um modelo de jornalista tão necessário quanto inatingível. Essa tensão entre o jornalismo de excelência que ele ajudou a criar e o jornalismo possível no século XXI é o centro de sua conversa com o jornalista brasileiro Mario Sergio Conti.)
19 hs - Mesa 15 - Escrever é preciso
António Lobo Antunes (O português António Lobo Antunes é autor de mais de vinte romances, que em conjunto o situam entre os maiores estilistas da língua. Apesar do idioma comum a Portugal e Brasil, o autor não vem ao país desde 1983 e já declarou que não incluía o Brasil entre suas prioridades – preferia deixá-lo para o antípoda José Saramago. Este evento em Paraty vem corrigir a lacuna. Polemista contumaz e avesso a aparições públicas, Lobo Antunes conversa sobre essa e outras dimensões de sua trajetória.)
Dia 05 - domingo
11: 45 - Mesa 16 - O futuro da América
Simon Schama em conversa com Lilia Moritz Schwarcz (O futuro da América, livro mais recente do historiador inglês Simon Schama, revê a história dos Estados Unidos a partir dos temas da guerra, da religião, da imigração e da fartura. Os protagonistas são personagens comuns que atravessam momentos-chave da história do país – atores da “história narrativa” de que Schama é um dos mais notórios praticantes. Sobre esse trabalho, Schama conversa com a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz – um dos nomes fortes dessa corrente historiográfica no Brasil.)
15 hs - Mesa 17 - Antologia pessoal
Edson Nery da Fonseca e Zuenir Ventura (A memória afetiva é o mote desta mesa que encerra a homenagem a Manuel Bandeira. Amigo e correspondente do poeta, o professor Edson Nery da Fonseca relembra os anos de convivência no Rio e em Pernambuco. Ex-aluno de Bandeira, Zuenir rememora os tempos de aprendizado com o mestre. Na mediação, o jornalista Humberto Werneck, biógrafo de Jaime Ovalle e bandeiriano de primeira linha.)
17 hs - Mesa 18 - Livro de cabeceira
Convidados da FLIP leem trechos de seus livros prediletos.

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